domingo, 29 de março de 2020

Todo o tempo do mundo...!!!

Quem diria...
De repente, há tempo de sobra..., para tudo...!!!
Esperamos..., esperamos... e, cansamo-nos de esperar por uma solução que tarda em aparecer; cansamo-nos das saudades que as ausências provocam; cansamo-nos dos famigerados "ins" que constantemente se sobrepõem à nossa vontade, ao nosso querer, à nossa liberdade de acção, tornando a vida tão difícil...!!!

É espantoso...!!! 
Pouco ou quase nada nos é permitido...!!!
Num ápice, o mundo virou do avesso...
Tudo ou quase tudo passou a ser inaceitável, inatingível, inacreditável, incompreensível, incontornável..., e muito, muito mais...!!!


Mas é nosso dever, nossa obrigação, continuarmos a manter calma e serenidade, e, sobretudo, continuarmos a esperar até ao limite das nossas forças...



quarta-feira, 25 de março de 2020

Convento e Igreja de São Francisco ...!!!


Igreja e Convento de São Francisco


Alguns anos já passaram desde a minha última visita à  cidade de São Salvador.

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco
Das várias vezes que me lembro de ter viajado pelo Estado da Bahía, creio que, apenas numa delas, não visitei o Convento e Igreja de São Francisco, Património da Humanidade e considerada uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo.
Trata-se de um complexo religioso, provavelmente fundado por volta de 1587, ano em que chegaram a São Salvador os primeiros discípulos de São Francisco, mas que, algumas décadas depois, após a invasão holandesa de 1624, todas as dependências ficaram reduzidas a escombros, verificando-se então a necessidade de empreender a reconstrução destas edificações.
Com uma localização privilegiada, no amplo Largo do Cruzeiro, sentimo-nos, logo à chegada (especialmente se já em outros momentos a visitámos), impulsionados por entrar e admirar a enorme riqueza que ostenta no seu interior e a exuberante e preciosa decoração, na qual se calcula ter sido utilizada uma tonelada de ouro…!!!

 




O interior da Igreja é composto por imagens policromadas de mestres baianos, obras-primas de arte sacra, muito jacarandá esculpido e duas pias doadas por D. João V, Rei de Portugal.

 No que a púlpitos e tectos diz respeito, espero que as imagens falem por si, no entanto é de realçar que, de entre as várias capelas ali existentes, uma é particularmente especial, por ser a de Nossa Senhora da Conceição.








Este, é sem dúvida alguma, um templo que atrai diariamente inúmeros turistas, que ficam fascinados por uma das mais espectaculares expressões do Barroco Brasileiro.

No que se refere ao Convento, foi construído em torno de um claustro quadrado, inspirado nos claustros portugueses do século XVI, decorados com ricos painéis de azulejos, sendo ainda de realçar a grande sala  que dá acesso ao convento, pela importante pintura do seu tecto, atribuída a José Joaquim da Rocha, onde está representada uma aula magna universitária, em que se debate o privilégio da isenção da Virgem Maria do pecado original.





Enfim..., voltei e recordei alguns pormenores (de outros, apenas tinha uma vaga ideia), no entanto, uma vez mais, foi bastante gratificante poder revisitar…


sexta-feira, 20 de março de 2020

Um parênteses, apenas...!!!

 
Às vezes, por uma qualquer razão (simples que seja), ou até mesmo por muitas, é necessário parar, fazer um breve recolhimento, abrir um parênteses para descansar, pensar, reflectir…
Nem de propósito, essa necessidade surge num momento em que, o mundo inteiro começa já a dar alguns sinais de um certo mau estar, de algumas enfermidades que infelizmente vieram a revelar-se uma enorme calamidade.
Contudo, e como na altura a América Latina estava ainda muito longe de vir a ser considerada uma zona de risco, não hesitei em fazer  o "meu parênteses"  e levar a cabo a evasão que havia programado e que me proporcionou, não só um agradável período de descanso, como também, e sobretudo, desfrutar das coisas simples da vida, espraiando o olhar por paisagens que tanto admiro e sentir os ritmos, sabores e odores tão característicos de um país tropical…!!!







 












 

quinta-feira, 19 de março de 2020

Rota de Fernando Namora..., ainda incompleta...!!!

Falando ainda sobre Fernando Namora, muito me marcou a breve mas intensa deslocação a Condeixa, de tal modo que me ficou a vontade de querer continuar ainda "nesta rota", para poder descobrir, sentir e ver de perto, outros lugares, aos quais o Escritor teve grande ligação e que sinto serem igualmente importantes, pelo que, de forma alguma, não os deixarei para trás…

Um deles será a sua casa em Vale Florido, casa da família, onde o seu pai (que, segundo Fernando Namora, "fazia vida de recluso"), se deslocava em bicicleta, de Condeixa à sua aldeia, no concelho de Ansião, um dia por semana (às quintas feiras), para "zelar pelas leiras cultivadas".

Outro, será Pavia, em pleno Alentejo, onde viveu e durante muito tempo exerceu a sua profissão.
Devo dizer que, deste lugar e da casa onde habitou, existe um quadro seu (exposto na casa museu de Condeixa), que me impressionou, e, logo que o admirei, disse a mim própria: "tenho de ir a Pavia"...

No entanto foi ali em Condeixa que  "conheci e me foi apresentada" uma família de camponeses, naturais da Aldeia de Vale Florido, de apelido "Namora", gente laboriosa, muito genuína, "gente verdadeira", um termo, aliás,  utilizado pelo próprio Fernando Namora num trecho de uma obra sua que passo a citar:

"não será hoje, nem sequer aqui, na lírica Condeixa dos prados, das azenhas, dos arroios da minha infância, onde homens como o Joaquim Melâneo e António Moita me ensinaram a descobrir a beleza nas coisas e a tentar fixá-la numa tela, e outros, como o meu vizinho Gabriel e João Lóio, me revelaram o mundo daqueles livros onde se falava de gente verdadeira - não será aqui, dizia, onde os dias foram e decerto ainda são um espreguiçar sobre o tempo, que eu poderei encontrar o meu ramo verde"
(Sentados na Relva:197)

Neste pequeno trecho, se por um lado é demonstrado que o Escritor nunca iria confinar-se apenas àquele espaço (apesar de ter sido ali que iniciou a sua carreira como médico), por outro lado, é bem revelador da grande e forte ligação à terra que o viu nascer, aos seus amigos de sempre e a tudo quanto aprendeu através de tantas e profundas vivências…
Talvez por isso, e não deixa de ser curioso que, mesmo depois de passar a viver noutras terras, estivesse onde estivesse, deslocava-se a Condeixa, todos os anos, para festejar o seu aniversário com os amigos de infância,  aqueles que nunca deixaram a sua terra natal... 


terça-feira, 10 de março de 2020

Retalhos..., apenas alguns...!!!


O "hoje", o "momento presente", o "agora", são a grande força e a razão do meu ser, do meu sentir,  da minha existência..., e, mesmo nas coisas mais insignificantes que a vida me possa proporcionar, nelas deposito toda a esperança daquilo que desejo alcançar, realizar e sempre com uma enorme convicção de que irei e chegarei onde quero. 
Mas, não obstante tudo isso, a essência do meu sentir sempre esteve, está, e acredito que continuará a estar, muito ligada ao passado...!!! 
Não me refiro em concreto ao "meu passado", porque esse, no "meu presente", faço dele a gestão que considero mais adequada, não esquecendo obviamente os afectos, as vivências, e avivando as minhas melhores memórias daqueles que de mim fizeram o que, de melhor ou pior, me tornei e aquilo que hoje sou...

O passado passou, morreu, não existe, disso ninguém duvida e eu também não, mas move-me um enorme fascínio, um gosto desmesurado e sempre uma curiosidade imensa, por ir ao encontro, de "passados remotos", de memórias e vivências de quem, ao logo dos tempos, teve, pelas mais diversas razões (de sabedoria, tenacidade, carácter, culturais artísticas e outras), histórias incríveis de vida, às quais (nalgumas situações), é muito fácil chegar, pelos inúmeros testemunhos existentes, que, felizmente, e para memória futura, se constata haver grande preocupação na sua preservação...

E é por isso que, de quando em vez, tento arranjar forma de "ir por aí", na "Rota de uma qualquer celebridade", para chegar aos espaços e legados que, não só me proporcionam um enorme prazer  (diria mesmo, uma grande honra por poder admirá-los), como também, das conclusões que retiro (da minha modesta apreciação) e que me permitem "desenhar" a imagem/personalidade final, de pessoas por quem sempre tive grande admiração.

Há já algum tempo que fazia parte dos meus planos visitar a Casa Museu de Fernando Namora, um dos grandes vultos da literatura portuguesa: Médico, Romancista, Ensaísta, Poeta, Pintor, Caricaturista, e sobretudo um Grande Humanista, e, finalmente, há alguns dias, fiz-me ao caminho para concretizar esse tão simples e modesto desejo.
Cheguei ao local e deparei-me com uma pequena e humilde casa, onde nasceu e viveu até aos 12 anos de idade, o menino que tinha o sonho de ser Arquitecto, mas que, por imposição da família (especialmente da mãe), cursou Medicina. 
Mesmo no centro de Condeixa, ali estava, diante dos meus olhos, um "espaço" que, visto do exterior, pouco ou quase nada parecia ter para me revelar, mas não foi o que aconteceu..., a surpresa foi enorme com tudo o que vi e ouvi numa visita guiada com grande profissionalismo e um profundo conhecimento do que foi a vida daquela família, a obra deste grande Senhor e os inúmeros retalhos da sua vida repartida pelos locais mais diversos, quer enquanto estudante, quer depois já em pleno exercício da sua actividade...!!! 
O ano passado comemorou-se o centenário do seu nascimento e a sua pequena e humilde casa (casa dos seus pais, que no rés do chão tinham um pequeno negócio e no primeiro andar com apenas dois quartos servia de residência), tão humilde quanto ele, mas ao mesmo tempo tão rica, está aberta para todos os que o admiram, repleta de lembranças,  desde condecorações que lhe foram feitas em vida e também a título póstumo, como ainda o mobiliário, equipamento e inúmeros trabalhos manuscritos e dactilografados de toda uma vida, tão plena...!!! 
Mais uma experiência que me preencheu...!!!










quinta-feira, 5 de março de 2020

Para dias especiais, fotos especiais...



O que pode tornar um dia especial?
Muita coisa, ou quase nada...

Sentir a vida de forma diferente, escutar com atenção estórias simples de vidas bem vividas, com sonhos, determinação, dignidade... 

"Navegar" por amontoados de sabedoria, ciência, arte, humanitarismo, onde a simplicidade espreita em cada pormenor da escrita, do traço, da pincelada...

Escutar o ruído provocado pela força das águas e tentar entender as mensagens que vai deixando...

Perceber o que a paisagem pretende transmitir e rir a bandeiras despregadas pela singeleza dos pensamentos,  das palavras, dos gestos...

Melhor, não poderia ser....!!!