segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DIAS ESPECIAIS


Quem não tem dias especiais para comemorar?
Toda a gente recorda e comemora datas importantes de coisas grandiosas que aconteceram nas suas vidas…
Mas também toda a gente recorda, com certeza, dias que se tornaram importantes, não pela grandiosidade dos factos, mas por aquilo que eles constituíram e pelo significado que tiveram…
Na verdade há dias em que não é previsível que alguma coisa especial venha a acontecer……., dias em que estamos convictos de que nada de novo irá surgir e que por isso mesmo serão iguais a tantos outros, sem nenhuma alteração…
Contudo, por vezes, somos surpreendidos com situações especiais que surgem assim do nada, tantas vezes coisas tão simples da vida, do dia-a-dia, mas que têm o poder de produzir em nós um efeito de luz, de brilho, de côr, poder-se-ía até dizer de musicalidade……, que acaba por transformar esse dia,  que supostamente seria normal e banal…., num dia esplendoroso, num dia de festa,  numa data que jamais se esquecerá, permanecendo para sempre na nossa memória, como um dia iluminado, brilhante, colorido, musical…
Porque será que tudo aquilo que tem o poder de mudar radicalmente a rotina, por forma a tornar certos dias especiais, quer sejam gestos, acções ou simplesmente palavras, fazem sempre tão bem?
Esta bonita canção de Paulo Gonzo intitulada "FAZ-ME BEM", fala-nos precisamente de ".........palavras que nos salvam, de palavras especiais (...) que nos tocam por demais...."

Afinal a vida é feita de pequenos momentos especiais e significativos….


sábado, 29 de janeiro de 2011

DESISTIR


É um verbo que muitas vezes, por força das circunstâncias, somos tentados a usar….
Quantas vezes isso acontece? Sobretudo quando somos surpreendidos pelas rasteiras e injustiças que a vida nos prepara……, nessas alturas,  “só apetece mesmo é desistir”
Contudo, com a ajuda e apoio de quem sempre está por perto, lá vamos arranjando a força e coragem necessárias para não desanimar, para não desistir, mesmo quando o caminho a seguir se mostra difícil de percorrer...


Além disso, também temos sempre presente aquelas frases que fazem parte do nosso imaginário, que na infância e juventude nos foram transmitidas pelos avós, pais, professores, amigos mais velhos, etc., que correspondem a frases feitas, é certo, mas que, de tantas e tantas vezes serem ouvidas, nos ficaram para sempre gravadas na memória e que, ao longo da nossa vida, nos têm dado a força necessária para prosseguirmos com os nossos projectos, com os nossos ideais…
“Desistir é dos fracos”
“Dos fracos não reza a história”
e tantas outras com o mesmo significado, que nos obrigaram a lutar pelos objectivos pretendidos, mas a lutar com garra, a dar tudo por tudo para alcançarmos aquilo a que nos propúnhamos e nos deram o impulso necessário para termos vontade de ir por diante, contra ventos e marés, porque se assim não fosse revelaríamos não só, falta de coragem, como também medo de fracassar…
Não há qualquer dúvida de que, para se poder viver verdadeiramente, é preciso não desistir daquilo que se considera ser importante e que dá significado à vida, por isso, é absolutamente necessário correr riscos e lutar para afastar essa vontade de desistir que tantas vezes nos assalta, mesmo quando temos a sensação de que estamos a caminhar no deserto...


Desistir, seja lá do que for, equivale  a dar o primeiro passo em direcção à frustração…
É bom que não se desista de nada, nem de ninguém….

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SÃO MARTINHO DO PORTO



"UMA PÉROLA DO OESTE"

A vila de S. Martinho do Porto é sede de Freguesia do Concelho de Alcobaça.
A sua lindíssima baía, de características únicas no país e na Europa, em forma de concha perfeita, é o último vestígio do antigo golfo que se estendia até Alfeizerão até ao século XVI.
Esta bacia marítima, com os seus 3 Kms de areal possui também uma barra com 250 m de abertura, entre os Morros de Santana, a sul e do Farol, a norte.
A Vila de São Martinho do Porto desenvolve-se em anfiteatro, desde a Capela de Santo António até ao Cais e à praia, seguindo pela Avenida marginal até às dunas de Salir.
Hoje a vila é constituída por dois núcleos distintos:
- a parte baixa, perto da praia, mais vocacionada para a actividade turística;
- e a parte alta, onde se encontram as moradias tradicionais e a Igreja Matriz.
Pelas suas características, esta baía foi um dos principais portos do País, mas começou a perder a sua importância, gradualmente, com o aparecimento dos navios a vapor. Actualmente trata-se de um importante porto de recreio e centro de recolha de algas submarinas.
No que ao património se refere destaca-se:

- A Igreja matriz, templo datado do século XVIII, delicia os seus visitantes com a sua tela de grandes dimensões, pintada a óleo, mostrando a imagem do milagre de São Martinho;


- A Capela de Santo António, situada próximo da praia de Santo António, é um pequeno templo, no alto de um morro. O seu interior é simples, decorado com duas imagens apenas (a do padroeiro e a da Virgem). No exterior poderão ver-se painéis de azulejos azuis e brancos, representando a lenda do milagre da formação do “lago”, ou seja da baía de São Martinho do Porto.

Esta pérola do Oeste é na verdade um local a visitar…

Nesta altura do ano, é uma vila calma, muito tranquila……e um passeio pela marginal, ou até mesmo pela praia, num dia de sol, com o céu muito azul, disfrutando da magnifica vista que se tem sobre a baía….., faz as delícias de qualquer um, sem sombra de dúvida….

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

SILÊNCIO


O silêncio é qualquer coisa que tantas vezes necessitamos para podermos descansar, para podermos pôr as ideias em ordem…, enfim..., para podermos parar a vida por alguns momentos e relaxar……
Mas também, quantas e quantas vezes, esse silêncio em certas alturas tão desejado, pesa sobre nós de tal forma que não o suportamos? E as razões são as mais diversas, inclusivamente porque achamos que o próprio silêncio é constituído por ruídos, por gritos e desses, temos pavor, não os queremos escutar, nem sequer tentar perceber porque é que existem, incomodam-nos, mesmo…


Mas este incómodo que o silêncio consegue provocar, ao contrário daquilo que eventualmente se possa pensar, atinge toda a gente….

Há alguns meses atrás, a Kika (minha neta, na altura com 7 anos apenas), fez-me a seguinte observação quando caminhávamos junto à sua escola no período das férias grandes, onde o silêncio naquele local era absoluto, constrastando por isso com o clima de grande algazarra que se faz sentir durante o tempo de aulas:
“Avó porque será que o silêncio às vezes incomoda tanto?”
Naquele momento fiquei sem resposta, não soube mesmo o que lhe dizer…, mas muito embora tivesse tentado perceber o que é que uma criança de 7 anos pode sentir para fazer este tipo de observação, não cheguei a qualquer conclusão, pelo menos que me satisfizesse e limitei-me a responder-lhe que, efectivamente, ela tinha razão O silêncio às vezes incomoda”, sem contudo conseguir explicar-lhe o porquê…
Mas na verdade, o silêncio também é necessário…., não aquele que é feito de ausências, não aquele que nos entristece, não aquele que provoca solidão….
A grande questão é sabermos qual o momento exacto e adequado em que necessitamos de silêncio e dele conseguirmos tirar o melhor partido, apreciando as coisas mais simples, valorizando o que é belo, ouvindo o que faz algum sentido…
A este propósito..., acho que fará sentido ouvirmos este belíssimo fado interpretado pela jovem fadista Carminho, com letra de sua autoria:

                                             NUNCA É SILÊNCIO VÃO

domingo, 23 de janeiro de 2011

D. VICENTE DA CÂMARA





Gostaria muito de poder escrever sobre o Fado aristocrático…..

Inicialmente era essa a intenção, mas ao que parece essa figura do Fado não existe, existem sim, aristocratas fadistas…

O Fado é do Povo e por isso não é aristocrático, mesmo quando cantado por um fidalgo.


Vicente da Câmara,  patriarca da dinastia dos Câmaras, é uma referência incontornável na história do fado.
Nasceu em berço aristocrata, filho de D. João da Câmara, notável radialista e locutor da rádio portuguesa e cresce sob influência de uma educação marcadamente ligada ao Fado, em particular D. João do Carmo de Noronha, seu tio-avô e  sua tia Maria Teresa de Noronha.
É portanto naturalmente que entra nos meandros do Fado e, em 1948, com 20 anos de idade, ganha um concurso e abre as difíceis portas da Emissora Nacional.
Dois anos mais tarde assina o primeiro contrato discográfico com a editora Valentim de Carvalho e, a partir de então, grava êxitos como o “FADO DAS CALDAS” e “VARINA”.

 Progressista do Fado castiço, o mais tradicional de Lisboa, era dado ao improviso e destacou-se pela sua voz timbrada, pela naturalidade com que interpreta as suas músicas e sobretudo pela utilização de “melismas” (sucessão de várias notas cantadas na mesma clave), o que é uma raridade no Fado.

O seu maior sucesso “A moda das tranças pretas”, apresentado no vídeo anterior, é sem dúvida um ex-líbris do fado castiço, no entanto outros há no seu repertório que continuam igualmente a encantar todos aqueles que gostam de fado, pelo que aqui não poderia ficar esquecido, entre outros “O Remoinho da Vida”.


Vicente da Câmara, pai e avô dos também fadistas José, Manuel e Teresa da Câmara, é um dos poucos fadistas restantes da geração do fado aristocrata, que completou 60 anos de carreira, em 2009.
A propósito de aristocracia, é de referir que, em determinada altura, Vicente da Câmara fez a seguinte pergunta e ele próprio respondeu desta forma:
 “O que é a aristocracia?
A aristocracia tanto pode estar no povo como noutra coisa qualquer. (...) O aristocrata é aquele que sobressaíu”.

De certa forma, este conceito de Vicente da Câmara vai de encontro ao ponto de vista defendido por Aristóteles que chegou a afirmar que:

“…..a aristocracia é o poder confiado aos melhores cidadãos, sem distinções de nascimento ou riqueza….”




SONHOS


Todos nós temos sonhos…
Toda a gente sonha…
Há sonhos dos quais nos lembramos perfeitamente e quando são lindos, quando nos envolvem numa história bonita, bem estruturada com princípio meio e fim, ficamos entristecidos no momento de despertar, mas ao mesmo tempo deliciados e a pensar:
“Como seria bom se verdade fosse….”
Outras vezes os sonhos são terríveis, mostram-nos e envolvem-nos em situações tristes, tenebrosas, macabras, maquiavélicas…, e a esses costumamos chamar de “pesadelos”.
Outras vezes ainda, sonhamos, mas não somos capazes de nos lembrar dos pormenores, nem sequer de identificar cada um dos intervenientes, nem tão pouco os locais onde a acção se passou, o que torna tudo tão estranho e irreal…
É evidente que tudo isto acontece quando sonhamos enquanto dormimos…
Mas há os outros sonhos…., aqueles que são sempre belos, em que tudo é perfeito…, têm princípio, meio e fim, desenvolvem-se  com alegria, com paz, com tranquilidade, não nos ferem nem ferem ninguém…., enfim….nestes sonhos tudo é perfeito, tudo é belo, tudo é lindo….., mas nestes, estamos acordados e bem acordados e é o poder da nossa imaginação que nos  leva para onde quisermos, com quem quisermos e faz com que todos os nossos objectivos sejam alcançados…, com estes sonhos, não há barreiras, não há qualquer tipo de obstáculos, não há impossíveis…
Como é bom sonhar…

DIA MUNDIAL DO ABRAÇO


No dia 21 Janeiro, comemorou-se o dia mundial do abraço.

E como é bom dar e receber um abraço !!!
Traz-nos paz, faz-nos bem à saúde….
Abraçar alguém é como dizer-lhe:

"Olha, aqui estou para o que quiseres, de coração aberto para ti".

Um bom abraço ajuda-nos a sentir as muitas dimensões do amor:

- a facilidade para receber e dar,
- a sensibilidade para o sofrimento,
- a disponibilidade para a alegria
- e a profundidade da ternura.

Não são só as pessoas solitárias, infelizes, inseguras, que precisam ser abraçadas….
Toda a gente necessita de abraços, daqueles que acontecem porque saem cá de dentro, sem que os travemos, como expressão de um amor incondicional que nos habita.

A intimidade que um abraço sincero oferece é a da compreensão, da atenção, da solidariedade, da amizade…

Abraços são uma espécie de foguetes capazes de fazer despertar moribundos, são explosões de vida…

Há quem goste de os dar para reafirmar um vínculo de amizade ou qualquer outro sentimento e são uma das melhores festas gratuitas a que toda a gente tem acesso.

Quando um coração se abre para outro, há quase sempre uma qualquer maravilha que pode acontecer, ou, quanto mais não seja, uma sensação de paz possível, neste mundo cheio de conflitos e guerras em que vivemos…

Então e depois desta dissertação sobre o abraço, que tal ouvirmos o Miguel Gameiro nesta belíssima interpretação?





sábado, 22 de janeiro de 2011

ESTRELAS E COMETAS


Este poema de Autor desconhecido, faz uma avaliação interessante da forma como as pessoas passam pela vida, senão vejamos:

Há pessoas estrelas....há pessoas cometas…
Os cometas passam e apenas são lembrados pelas datas em que passam,
As estrelas permanecem…
Os cometas desaparecem…

Há muita gente cometa.
Passa pela nossa vida apenas por instantes.
Gente que não prende ninguém e a ninguém se prende.
Gente sem amigos.
Gente que passa pela vida sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença.

O importante é ser estrela…o importante é estar presente…
Marcar presença, estar junto…
Ser luz, ser calor, ser vida….

Há necessidade de criar um mundo de estrelas.
Todos os dias poder vê-las e senti-las.
Todos os dias poder contar com elas.
Todos os dias ver a sua luz e sentir o seu calor.

Como é bom ter estrelas na nossa vida…
Elas são luz nos momentos escuros,
São pão nos momentos de fraqueza,
São segurança nos momentos de desânimo.

Ser estrela neste mundo passageiro,
neste mundo cheio de pessoas cometas,
é um desafio, mas acima de tudo uma recompensa.
É nascer e ter vivido e não apenas ter existido.

Esquecendo por isso os cometas (pelo simples facto de não terem qualquer interesse para a vida de quem quer que seja), fixemo-nos então e só, nas “ESTRELAS” e em particular nesta bela interpretação de CARLOS DO CARMO (letra de ARY DOS SANTOS e música de FERNANDO TORDO):
                                                ESTRELA DA TARDE




sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

ACTOR, ENCENADOR E DECLAMADOR

JOÃO VILLARET

Faz hoje precisamente 50 anos que faleceu João Villaret.

Natural de Lisboa, onde nasceu em 1913, Villaret foi um actor, encenador e declamador português.

Dedicou-se ao teatro depois de terminar o liceu e durante os anos trinta e quarenta teve uma ascensão vertiginosa que o levou a triunfar nos palcos do teatro declamado e ligeiro e ainda no cinema - onde assinou interpretações memoráveis em Três Espelhos, de 1947, e Frei Luís de Sousa, de 1950.

O seu amor pela poesia levou-a a tornar-se num dos recitadores mais extraordinários que Portugal conheceu, tendo inclusivamente deslumbrado o público da RTP com uma série de programas que aí apresentou. E o registo do seu recital no São Luiz, lançado em álbum, ainda hoje se mantém disponível.

Mas Villaret tinha também um especial apreço pela revista, onde se estreou em 1941 para escândalo daqueles que não gostavam de ver misturas.

Em 1947, Aníbal Nazaré, António Porto e Nelson de Barros escrevem-lhe o Fado Falado, que criou na revista “Tá Bem ou Não Tá?”, verdadeira peça de antologia da história da música e do teatro popular portugueses. Um recitativo sobre uma melodia de fado onde a letra, que jogava habilmente com a mitologia do género, não era cantada mas verdadeiramente "representada" por Villaret, que assim juntou ao cânone da música portuguesa mais um clássico.

Outros êxitos, como A Vida é um Corridinho de 1952, ou a célebre Procissão de 1955, se lhe juntariam, mas o Fado Falado foi o que mais marcou a carreira de João Villaret.

Vítima de doença prolongada, veio a falecer no dia 21de Janeiro de 1961.

Ainda hoje é bom ouvi-lo e recordá-lo.....

Oiçamo-lo então no famoso "FADO FALADO"




quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

AMENDOEIRAS EM FLÔR

Paisagem algarvia vestida de branco

As amendoeiras em flor cobrem o Algarve de branco, num espectáculo deslumbrante, inesquecível para quem o presencia, só possível numa região como esta, com excepcionais condições naturais e climatéricas.

Um cenário único que se estende pelas encostas férteis do Barrocal, em que as amendoeiras são cobertas por nuvens de flores cujas pétalas se espalham pelos campos, simulando um tapete de neve a brilhar ao sol.

Um manto de tons rosados e brancos que ganha um significado especial nas aldeias do interior algarvio, cujo nome tem origem árabe. Aí, o especial colorido conferido à paisagem pelas exuberantes amendoeiras, que hoje regalam o olhar dos que por ali passam, lembra as mesmas flores que em tempos encantaram uma princesa nórdica, fazendo renascer nesta região do Barrocal a lenda das amendoeiras em flôr, uma história de encantar que se mantém no imaginário algarvio como forma de explicar este final de Inverno florido.

Segundo a lenda, no tempo em que o Al-Gharb pertencia aos árabes, reinava em Silves o jovem Ibn-Almundim, que viria a apaixonar-se por Gilda, e com ela casar, filha de um grande senhor dos povos do Norte, derrotado em combate pelo rei mouro.

O casamento foi uma grande festa, mas a bela princesa, sempre triste, não partilhava da alegria do príncipe. Vieram físicos de todo o mundo, mas ninguém conseguia encontrar cura para aquela dor. Até que um velho nórdico disse ao rei que Gilda tinha saudades da brancura dos campos cobertos de neve, existentes no seu país.

Ibn-Almundim mandou então plantar milhares de amendoeiras pela província, que, quando florissem, cobririam as terras do sul com pétalas brancas, iludindo a saudade da princesa e devolvendo-lhe a alegria. Assim se fez e, desde essa longínqua Primavera, todos os anos o Algarve vive a magia das amendoeiras em flôr.

Um postal de boas-vindas que se repete do Barlavento ao Sotavento, com os brancos pomares de amendoeiras a rivalizar com as laranjeiras, as figueiras, as oliveiras e as alfarrobeiras, árvores que conferem outro colorido à paisagem.

Na verdade posso dizer que, ao longo desta semana, testemunhei a magia que o Algarve possui nesta época......, sobretudo hoje, com um lindo dia de sol e com o céu de um azul ímpar…, estava lindo, mesmo, garanto que sim.

Vale muito a pena visitar o Algarve nesta altura do ano…..

É ainda de referir que, sobretudo o folclore algarvio, dedica muitas das suas músicas e danças a este tema, das quais se destaca o famoso “corridinho algarvio”, intitulado “AMENDOEIRAS EM FLÔR”, conforme se pode apreciar neste vídeo:


domingo, 16 de janeiro de 2011

O MESTRE DA GUITARRA PORTUGUESA

Carlos Paredes
Grande Guitarrista e Símbolo Ímpar da Cultura Portuguesa
Nasceu em Coimbra, a 16 de Fevereiro de 1925 e faleceu em Lisboa a 23 de Julho de 2004.
É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor.
Carlos Paredes é conhecido como “O MESTRE DA GUITARRA PORTUGUESA” ou “O HOMEM DOS MIL DEDOS”.
Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas: Artur Paredes, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa, aos quatro anos de idade, com o seu pai.
A sua mãe no entanto preferia que ele aprendesse piano e violino e para tal arranjou-lhe duas professoras (segundo ele, Senhoras muito cultas a quem ficou a dever toda a sua cultura musical), contudo, a sua grande paixão era mesmo a guitarra.
Em 1934, mudou-se para Lisboa com a família, e abandonou o violino para se dedicar, sob a orientação do seu pai, completamente à guitarra.
Em 1957 grava o seu primeiro disco a que chamou simplesmente “CARLOS PAREDES”.
Em 1958, foi preso pela PIDE, acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante e expulso do cargo que desempenhava (arquivista de radiografias) no Hospital de S. José.
Foi libertado em finais de 1959, mas é em 1962 que é convidado para compor a banda sonora do filme “VERDES ANOS”, o que lhe valeu um reconhecimento especial.
Tocou com muitos artistas, nomeadamente Carlos do Carmo e Adriano Correia de Oliveira, escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP “GUITARRA PORTUGUESA”.
Após o 25 de Abril de 1974 foi reintegrado no quadro do Hospital de S. José e, não obstante o povo teimar em tratá-lo como “herói”, como naquela época aconteceu com a maioria dos presos políticos, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto e continuou a levar uma vida simples, na sua profissão de “arquivista de radiografias”, percorrendo o país em sessões culturais, musicais e políticas.
A sua obra completa, que resultou de várias compilações de gravações, está reunida numa caixa de oito CDs.
Uma vez Carlos Paredes disse:

"Quando eu morrer, morre a guitarra também.
O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele.
Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.”

Vamos então assistir a esta interpretação magnífica de "Variações", no Teatro S. Luiz em Lisboa,  de Carlos Paredes na Guitarra Portuguesa e Luisa Amaro na Viola (sua companheira nos últimos anos de vida):



sábado, 15 de janeiro de 2011

NOMES

Os nomes identificam as pessoas...

Há quem sinta muito orgulho e goste muito dos nomes escolhidos pelos seus progenitores ou padrinhos, mas também há quem os deteste.
No entanto todos nós, obrigatoriamente, somos portadores de um nome, seja ele vulgar ou invulgar, bonito ou feio, transmita ele ou não melodia, sonoridade, vida, calma, tranquilidade ou arrepio, todos temos um nome e é por ele que somos chamados, conhecidos, identificados….
Aquando do registo de nascimento, um nome, seja ele qual for, tem obrigatoriamente de ser atribuído e a partir de então, com diminutivos, aumentativos, alcunhas, ou  pelo verdadeiro e correcto nome que foi escolhido, todo o cidadão passa a ser “tratado/chamado”, pela família e pela sociedade em geral.
Depois há quem tenha o privilégio de ser “tratado/chamado” não pelos seus nomes próprios, mas por outros (substitutos) que envolvem uma grande dose de ternura, de carinho…
Enfim, há de tudo….....
Mas melhor do que pensar em tudo isto, é escutar esta belíssima canção de Miguel Gameiro.....
VALE A PENA....



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

TAVIRA


CIDADE DAS 32 IGREJAS

Para além do mar, sol e areia, TAVIRA é também conhecida pelo seu património arquitectónico, sendo de realçar o castelo e as 32 Igrejas que pontuam a urbe e a fazem ser conhecida pela “cidade das Igrejas”.
Esta cidade algarvia foi conquistada aos árabes por Paio Peres Correia, que tomou o seu Castelo, e do qual restam as suas muralhas.

Tavira é atravessada pelo rio Gilão, sendo digna de destaque a sua ponte romana.

De origem antiquíssima, Tavira delicia os seus visitantes com o seu belo centro histórico.
Sendo uma das mais típicas cidades algarvias, apresenta-se de tal modo pitoresca, que um calmo passeio pelas suas ruas não deixa de ser apetecível, pelas lindas casas, varandas, telhados, azulejos, etc.
A propósito dos interessantes telhados das casas mais antigas, os quais enchem de pitoresco a zona histórica da cidade, é de referir que, cada casa pode ter vários pequenos telhados, justapostos e alinhados em sequência, ao longo da fachada.
São os chamados “telhados tesoura”, constituídos por pequenos telhados de quatro águas, bastante inclinados, que formam uma bicuda quadrangular. Nunca cobrem a totalidade da construção e cada um corresponde a uma divisão da casa.

Estes telhados estão associados à influência cultural do oriente longínquo, como testemunho dos cruzamentos culturais propiciados pela expansão marítima a partir do século XV.
Uma passagem pelas igrejas é como que indispensável, sendo dignas de nota, entre outras, a Igreja das Ondas, a de Santo António, com os seus conjuntos escultóricos de tamanho natural ilustrando a vida do Santo, a de São Paulo, que contém belas pinturas de Rasquinho, pintor algarvio nascido em Loulé, a de S. Francisco, a de Santa Maria do Castelo, edificada sobre uma mesquita árabe e contendo várias imagens antigas, azulejos e valiosas peças de ourivesaria e obviamente a Igreja da Misericórdia.

                                                           Igreja de S. Paulo
Ainda dignos de nota são o Palácio-Galeria, junto ao Castelo, o Convento do Carmo, com a sua magnífica igreja forrada a talha.

Uma pequena viagem de barco pode levar o visitante à Ilha de Tavira, a tornar-se convidativa pelo sossego que proporciona. Dali se avista Santa Luzia, uma grande aldeia de pescadores com uma bela aparência, assim vista à distância.


Em volta vários miradouros podem proporcionar uma melhor visão desta cidade coroada com as torres brancas das suas igrejas.

Perto da Luz de Tavira, aldeia conhecida pela sua igreja, sobretudo pelo seu portal lateral e como local de peregrinação dos devotos de Nossa Senhora da Luz, cuja imagem de jaspe ali se venera, pode encontrar-se a bela  ruína da Torre de Aires de onde, ao pôr-do-sol, se disfrutam admiráveis panoramas.


À saída da cidade, para o lado de Vila Real de Santo António, no fim de uma azinhaga, encontra-se o Poço Vaz Varela. Segundo a lenda estão dentro dele um rapaz e uma rapariga mouros que, todos os anos, pelo São João, vêm namorar, vestidos de branco, entre a meia noite e a madrugada.


E então?
Quem é que conhece bem esta maravilhosa cidade algarvia?