Foi há muito...!!!

Há 24 anos...!!!

Mas parece que foi ontem...

Decorrido tanto tempo, não há dia em que não me venha à memória a sensação de sentir o "mundo a desabar"...

Já era certo..., estava mais do que anunciado..., era um dado adquirido (cientificamente comprovado, os relatórios médicos não deixavam quaisquer dúvidas)..., estava escrito em todo o lado..., "até nas estrelas", mas parece que só eu me recusava a ler e a aceitar aquela "sentença"..., por acreditar que um milagre podia ainda acontecer...!!!
Mas..., como milagres não existem..., o infausto acontecimento ocorreu, no dia 30 de Novembro de 1994.
A notícia chegou como uma bomba que explodiu e tudo devastou, a mim inclusivé...!!! 

No meio do nada...!!!

Mais um passeio de fim de semana por "lugares vizinhos", no meio do nada, mas onde a paisagem é sempre surpreendente..., talvez pela época do ano...!!!

Caminhos que não nos levam a lado algum mas que parecem convidar-nos a percorrê-los, para melhor apreciarmos e sentirmos a natureza e que, muitas vezes, nos trazem os mais diversos aromas, que nem sempre são fáceis de identificar...!!!




São montes e vales, a perder de vista, com cantos e recantos multicoloridos que conseguem prender a nossa atenção, por largos momentos...

São árvores despidas pelos ventos e chuvas dos últimos dias, mas onde apetece ficar, não só pela paz e tranquilidade que ali é possível usufruir, mas também pela paisagem que oferece e que (pese embora o facto da dureza da solidão ali presente), continua a manter uma beleza muito própria... 



São as últimas folhas secas, já caídas, que em breve serão varridas pelo rigor do inverno que a passos largos se aproxima...





São pequenos locais de culto "fechados"..., sabe-se lá porquê..., mas que, no meio do nada, são uma "presença" e dão, ao ambiente, um toque de alegria e cor...

Um gesto fraterno...!!!

Uma demonstração de carinho, "um gesto fraterno", para um amigo que revelou uma enorme satisfação e grande alegria por poder usufruir da companhia de um grupo de amigos que se reuniu num "almoço de Natal"...!!!

Foram agradáveis momentos de confraternização, que permitiram fazer-nos sentir quão importante tinha sido estarmos ali, naquele momento...!!!

Da parte do visado ficou, não só um agradecimento pela amizade, mas também o registo da grande alegria e satisfação que lhe proporcionámos com esta reunião... (uma satisfação tão grande que, para ele, foi "a multiplicar por 15", disse, emocionado...).

Uma vez mais, ao João Sá Pessoa, desejo um Santo e Feliz Natal e rápida recuperação...!!!

Um gesto, apenas...!!!

Uma rosa para a Rosa...!!!
Um gesto apenas, a lembrar a nossa amizade...

Casa assombrada...!!!

Desde sempre ouvi falar em casas onde coisas estranhas acontecem..., ruídos vindos do nada, portas que se abrem ou fecham sem que ninguém esteja presente para o fazer, objectos que são deslocados dos sítios onde sempre estiveram..., enfim..., tanta coisa que se diz acontecer nas chamadas "casas assombradas"...

Nunca entrei em nenhuma, mas já me foram indicadas algumas classificadas como tal...

Quando era jovem, sempre senti curiosidade em experimentar uma visita a um desses locais, mas nunca tive ninguém que se mostrasse com a mesma vontade e curiosidade e me acompanhasse nessa "aventura", por isso, e obviamente por algum receio, ou até mesmo "medo", nunca o  fiz...

No entanto quando passo em lugares onde vejo casas que parecem desabitadas, em que tudo o que as envolve lhes dá um certo ar misterioso, recordo essas "histórias" que tantas vezes me foram contadas e interrogo-me: "será que aquela é uma dessas casas assombradas"? Fica-me a dúvida, mas, se acompanhada estivesse, aproximar-me-ia certamente, mais que não fosse, para explorar melhor o local, obter de perto, mais e melhores registos fotográficos (sem ter de usar o zoom), e, quiçá, "criar"uma qualquer história, de bonitas e belas vivências, num local tão bucólico como este...!!! 

"Tons de vermelho" e outros...!!!

A casa, onde sobressaem "tons de vermelho", com o sol a incidir, atrai a atenção de quem passa...

As cores são bonitas...!!! bem adequadas a esta estação do ano e o emaranhado da planta que cobre toda a sua fachada, tem tonalidades que se confundem com as da porta e janelas e isso confere-lhe uma beleza singular...

As paredes e cantarias revelam a antiguidade desta construção de estilo arquitectónico simples, mas o seu aspecto é cuidado...

Depois, o nosso olhar periférico faz-nos sentir que muito mais há por descobrir e a vontade é de não deixar escapar nada do que por ali ao redor existe. Então, ir  ao encontro das bonitas paisagens (também nos "tons de vermelho" e outros, para melhor as podermos apreciar), torna-se inevitável...!!!

Por breves instantes...!!!

Diante de um portão envelhecido, enfeitado com algumas folhas que a chuva e o vento do Outono ainda não fizeram cair..., parei, fotografei (em condições pouco favoráveis é certo, pelo facto dos meios não serem propriamente os mais adequados), mas gostei..., gostei de estar ali, parada..., a observar... 
O que havia para lá daqueles muros e de um portão que mais parecia nunca ter servido de passagem ao que quer que fosse, não sei, nem isso era importante, naquele momento...
Foram apenas breves instantes, que me fizeram bem...!!!

"Islas Baleares" ..!!!

Já sem querer voltar muito atrás no tempo (porque na verdade esta visita já foi há mais de um mês), não posso deixar de fazer aqui uma referência a Palma, Capital da Ilha de Maiorca e à sua belíssima Catedral de Santa Maria, que, entre muitas outras coisas, me fascinou pelos seus maravilhosos vitrais.

Naturalmente que a fortaleza árabe, de estilo mourisco "La Almudaina", hoje residência de verão da família real e respectivos jardins, também me detiveram algum tempo nas imediações, para melhor os contemplar e pensar/meditar na História...

Falemos então...!!!

Falar de tudo, e até mesmo a propósito de quase nada, é bom..., faz falta.., faz bem...

Nada deve ficar por dizer...

Dizer tudo o que se sente e da forma como se sente é uma "obrigação" de quem quer estar bem consigo próprio, de quem gosta e quer estar em paz...

E há sempre tanto para dizer, para contar..., mais que não seja falar de tempos idos, de coisas passadas, de momentos e vivências que nunca esqueceremos, de recordar caminhos percorridos, de lembrar os sons, os sonhos e os sabores simples da vida...

A este propósito, transcrevo o seguinte poema de um poeta algarvio, Fernando Cabrita, natural de Olhão:

"FALEMOS

Falemos então de todas essas coisas a que nunca soubemos dar um nome.

Coisas como café e cerejas,

coisas como memórias do verão de ontem

e de tudo o que repousa já no ónix frio dos dias.

Falemos não porque as vejamos,

porque as sentimos à vaga luz dos crepúsclos que morrem

e são para nós as florestas que passam velozes nos vidros do carro

e os silêncio dos faunos que atravessam os bosques e as ilusões

e as pequenas ondas que vêm desmaiar à praia

e as vozes antigas que ainda nos falam na alma das coisas despercebidas

e as luzes que havia no final do verão.

Falemos, para que de novo sejam

e de novo vivam.

Falemos para que estejamos vivos."

(Fernando Cabrita)

São Martinho, sem sol...!!!

Parece não haver memória de um São Martinho sem sol..., mas este ano aconteceu...!!!

O tão querido e desejado "Verão de São Martinho" sempre a fazer jus à velha lenda, faltou-nos...

Ainda em pleno Outono, temos hoje um verdadeiro dia de inverno, que poucos gostam, por ser "triste"... Mas, pensando bem, não é tão triste assim... 

Provavelmente isto será o pronúncio de uma longa estação em que os dias cinzentos, o frio e a chuva farão, quase diariamente, parte das nossas vidas e por isso é preciso aprender a gostar e a conviver com esta realidade, tentando descobrir que o inverno também encerra muita beleza e que, às vezes, isso depende unicamente de cada um de nós.

Como diz Eugénio de Andrade neste poema, poderemos fazer do Inverno "a mais ardente das estações".

Eugénio de Andrade

DA MANEIRA MAIS SIMPLES

"É apenas o começo

Só depois dói

e se lhe dá nome

às vezes chamam-lhe paixão.

Que pode acontecer da maneira mais simples:

umas gotas de chuva no cabelo.

Aproximas a mão, os dedos

desatam a arder inesperadamente,

recuas de medo.

Aqueles cabelos,

as suas gotas de água são o começo,

apenas o começo.

Antes 

do fim terás de pegar no fogo

e fazeres do Inverno

a mais ardente das estações."