O MESTRE DA GUITARRA PORTUGUESA
Carlos Paredes
Grande Guitarrista e Símbolo Ímpar da Cultura Portuguesa
É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor.
Carlos Paredes é conhecido como “O MESTRE DA GUITARRA PORTUGUESA” ou “O HOMEM DOS MIL DEDOS”.
Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas: Artur Paredes, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa, aos quatro anos de idade, com o seu pai.
A sua mãe no entanto preferia que ele aprendesse piano e violino e para tal arranjou-lhe duas professoras (segundo ele, Senhoras muito cultas a quem ficou a dever toda a sua cultura musical), contudo, a sua grande paixão era mesmo a guitarra.
Em 1934, mudou-se para Lisboa com a família, e abandonou o violino para se dedicar, sob a orientação do seu pai, completamente à guitarra.
Em 1957 grava o seu primeiro disco a que chamou simplesmente “CARLOS PAREDES”.
Em 1958, foi preso pela PIDE, acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante e expulso do cargo que desempenhava (arquivista de radiografias) no Hospital de S. José.
Foi libertado em finais de 1959, mas é em 1962 que é convidado para compor a banda sonora do filme “VERDES ANOS”, o que lhe valeu um reconhecimento especial.
Tocou com muitos artistas, nomeadamente Carlos do Carmo e Adriano Correia de Oliveira, escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP “GUITARRA PORTUGUESA”.
Após o 25 de Abril de 1974 foi reintegrado no quadro do Hospital de S. José e, não obstante o povo teimar em tratá-lo como “herói”, como naquela época aconteceu com a maioria dos presos políticos, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto e continuou a levar uma vida simples, na sua profissão de “arquivista de radiografias”, percorrendo o país em sessões culturais, musicais e políticas.
A sua obra completa, que resultou de várias compilações de gravações, está reunida numa caixa de oito CDs.
Uma vez Carlos Paredes disse:
"Quando eu morrer, morre a guitarra também.
O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele.
Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.”
O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele.
Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.”
Vamos então assistir a esta interpretação magnífica de "Variações", no Teatro S. Luiz em Lisboa, de Carlos Paredes na Guitarra Portuguesa e Luisa Amaro na Viola (sua companheira nos últimos anos de vida):
2 Comentários:
Pois é...mas ele não morreu, pois é impossível
esquecer o seu virtuosismo.Desculpa minha ignorância...não sabia da Luisa Amaro, sua mulher.
Beijinhos
Olá Albertina, boa noite.
Ao ler mais este seu excelente artigo vieram-me à memória factos passados, antigos já, relacionados com o meu Pai, falecido há 15 anos.
Era um eximio tocador de guitarra portuguesa. Tocava apenas de ouvido, não sabia tocar por pauta. Era um admirador confesso e grande seguidor de Carlos Paredes e de António Brojo e muitos outros.
Entre as musicas que ele tocava havia uma que me deliciava que era o Fado Português. Tocava-o lindamente.
Deixei muitas vezes de brincar com os meus amigos, para me sentar aos seus pés em noites de verão, janela aberta, a ouvi-lo e vê-lo tocar.
Mas não sei se por fatalidade, se por destino, se por acidente, o que é certo é que pouco antes de ficar sem o minimo de autonomia, também a sua guitarra se partiu. Toda, em cacos. Foi posteriormente reconstruida pelo meu cunhado. Mas, como não "era para ficar inteira", para lhe sobreviver, desapareceu um dia num fogo que lavrou na casa do meu sobrinho em Santo Tirso.
Por isso gostei imenso deste seu artigo e neste comentário de alguma maneira homenageio o meu Pai e a sua arte de dedilhar a guitarra portuguesa.
Muito obrigado.
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