LITERATURA PORTUGUESA

Florbela Espanca- Uma Diva da Poesia

FLORBELA ESPANCA, é considerada uma das maiores poetisas portuguesas do Século XX, tendo construído uma curta mas notável obra reflectindo o seu carácter e sensibilidade única.

Natural de Vila Viçosa. Nasceu em 1894 e morreu em 1930,  apenas com 36 anos de idade, no dia do seu aniversário e do aniversário do seu primeiro casamento ( 8 de Dezembro ).

Em 1919, dois anos antes do seu primeiro divórcio, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas.

Em 1921 e em 1925, realizou os seus segundo e terceiro casamentos.

Os três casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, marcaram profundamente a sua vida e obra.

A nossa casa

A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!

Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?

Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,

Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim...

Florbela era uma mulher amargurada, triste, que sempre procurou um amor divino e aparentemente impossível.

Revela-se uma pessoa que sofre de ilusão em ilusão amorosa, que reitera até ao desespero a sua fatalidade, que dá expressão a uma existência irremediavelmente minada pela ansiedade e pela incompreensão.

A sua poesia caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito.

Não há qualquer dúvida que foi uma mulher sempre incompreendida e demasiado inconformada.

É tida como a grande figura feminina da literatura portuguesa, das primeiras décadas do século XX.

Apenas como curiosidade, é de referir que Florbela Espanca viveu um período da sua vida em “QUELFES”, uma das freguesias do concelho de OLHÃO e que a casa onde habitou ainda existe e em bom estado de conservação.