Para melhor conhecer as raízes culturais das diferentes regiões do nosso país, não há como partir à descoberta, trilhando os caminhos das bonitas aldeias; percorrendo encostas e vales; observando ribeiras, rios, lagoas, barragens, praias fluviais e aproveitando a simpatia dos que sempre ali viveram e que se mostram disponíveis para os mais interessantes relatos...!!!
É claro que, para este tipo de viagens, é preciso gostar da natureza e sobretudo possuir um enorme interesse pela ancestralidade...!!!
Uma vez reunidas estas condições, é só partir à aventura e, do princípio ao fim, é possível encontrar, em cada momento, factos novos que surpreendem e encantam...!!!
Desta vez o objectivo era ir à descoberta de praias fluviais (abundantes nas regiões do interior).
Estes locais de rara beleza, pelas paisagens envolventes, proporcionam momentos de descontracção e bem estar, a todos os que as procuram durante os meses quentes de verão.
Contudo a sua beleza permanece, independentemente das estações do ano e, muito embora as cores da paisagem mudem, estas zonas continuam aprazíveis e a proporcionar a quem as visita, uma calma e tranquilidade únicas....!!!
Numa época em que o dia-a-dia é feito de correrias, em que o tempo não chega para tantos compromissos e tarefas, em que o stress se sobrepõe a toda e qualquer vontade....., sabe bem quando temos oportunidade de estar num qualquer lugar onde o tempo parece não ter horas...!!!
E é o que se sente quando se chega a FIGUEIRA, uma aldeia de xisto parcialmente recuperada, no concelho de Proença-a-Nova, outrora muito povoada, mas actualmente apenas com 20 habitantes e onde se respira PAZ....!!!
Uma vez aí chegados, há que percorrer todos os ruas, travessas, caminhos, "quelhas" e largos, por forma a conhecer a história da Aldeia que nos é contada através:
das pedras daquelas construções seculares;
das portadas que fechavam toda a aldeia durante a noite para evitar o ataque dos lobos;
da presença de cabras e bodes que pelas ruas deambulam, juntamente com os habitantes e/ou visitantes;
do forno comunitário (ainda existente e em funcionamento);
da única "Loja da Aldeia", cuja anfitriã nos põe ao corrente de todos os pormenores sócio-económicos daquele lugar maravilhoso e que gentilmente nos serve um delicioso café ao mesmo tempo que, de uma forma afável e simpática, nos mostra o seu renovado espaço comercial "A Casa da Ti Augusta", recuperada com muito gosto mas mantendo a traça original).
Ontem, ao fazer uma pequena caminhada pelo centro de Olhão, dei por mim a apreciar, com algum rigor, o que actualmente se passa em toda a zona centro da cidade e constatei, com desagrado, que já nada é como dantes....!!!
Das duas grandes e mais antigas avenidas, a da República (situada na zona mais central), parece hoje pertencer a uma cidade fantasma....!!!
Praticamente deserta..
Quem a viu e quem a vê....!!! Há já muitos muitos anos, em qualquer dia da semana e a qualquer hora, era grande o movimento... Os bancos colocados em toda a sua extensão não chegavam para tantos os que queriam e gostavam de ali permanecer algum tempo..... Hoje, quase ninguém por ali passa....
Também muitos dos prédios ali existentes, (na sua grande maioria antigas construções), já tiveram o seu tempo. Hoje em dia, completamente abandonados e num perfeito estado de degradação, parecem aguardar, resignados, a demolição desde há muito anunciada...
No entanto, ao terminar de percorrer a referida avenida (no sentido norte sul e depois de observar tamanho "abandono"), tem-se uma agradável surpresa quando se chega junto da capela do Senhor dos Aflitos e da Igreja Matriz, ambas bonitas e em muito bom estado de conservação.....
A 24 de Outubro, de 1945, logo após o fim da II guerra Mundial, foi fundada por 51 países, na Califórnia (São Francisco), a Organização das Nações Unidas (ONU), cujo feito mais destacável foi a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948.
A ONU tem como principais objectivos:
manter a paz e a segurança internacionais,
desenvolver relações de amizade entre os Estados,
e realizar a cooperação, com vista à resolução de problemas internacionais (económicos, sociais, culturais ou humanitários)....
Portugal foi admitido na ONU em 14 de Dezembro de 1955.
Na Universidade Sénior de Torres Vedras, já se deu início ao ano lectivo 2014/2015, no passado dia 13, contudo não estão ainda concluídas as obras do novo espaço (contíguo às actuais instalações), o que tem dificultado um pouco o normal funcionamento das aulas de algumas disciplinas...
Mesmo assim, ontem já foi possível preparar uma pequena sala destinada às aulas de informática (as quais terão início, amanhã, dia 20 de Outubro de 2014).
Para o efeito, alguns séniores cheios de boa vontade (alunos e professores), não deixaram os seus créditos por mãos alheias e, durante mais de 12 horas, deitaram mãos à obra...
Fez-se de tudo...!!!
Desde, trabalho de limpeza de obra a trabalhos de instalação eléctrica, passando pelo transporte e montagem de mobiliário e equipamento informático, nada ficou por fazer...!!!
Depois de tudo..., cansados, mas orgulhosos com o resultado final:
Não sabia que o grande escritor português Aquilino Ribeiro (considerado por muitos um dos grandes romancistas da primeira metade do Século XX), tinha permanecido em Olhão, durante algum tempo e que por lá se estreou como jornalista...!!! Quem diria...!!!
É que não fazia, mesmo, a mínima idéia...!!!
Graças ao Blog «Algarve - História e Cultura» tomei conhecimento deste facto, cujo post publicado há algumas semanas passo a transcrever:
"Poucos saberão certamente que o escritor Aquilino Ribeiro fez as suas primícias de publicista emérito no Algarve, mais precisamente na Vila de Olhão, tendo escolhido para palco da sua estreia jornalística o semanário «O Cruzeiro do Sul», fundado e dirigido por José Marques Corpas Centeno, dedicado secretário da edilidade local e notável publicista.
Trata-se de um pormenor biográfico, frequentemente descurado, que à primeira vista poderá parecer irrelevante mas que, no fundo, assume particular interesse para o roteiro literário e estilístico do autor do «Malhadinhas».
Por outro lado, constitui um elemento de insofismável orgulho para a História da Imprensa Algarvia, que de forma alguma se poderá desdenhar, sob pena de incorrermos num verdadeiro atentado à memória daquele que muito justamente se considera como o maior romancista português do Século XX".
É a altura de nos mentalizarmos que o verão já lá vai (apesar das temperaturas ainda demasiado elevadas para a época).
O Outono está, cada vez mais, a impor a sua presença...
Mas a chuva que se faz sentir acaba por ser uma benção para a natureza.... Há plantas que revelam já sinais de despedida, para regressarem lá para Março/Abril, renovadas e viçosas...
Outras persistem e mantêm-se com tonalidades estonteantes, muitas até em flor e de cores bem vivas que salpicam o verde dando alegria ao espaço...
Outras há ainda que já se encontram totalmente floridas, prontas para darem frutos (as nêsperas).....
Enfim, estamos na época em que há de tudo um pouco e por isso todos os gostos estão contemplados...
Ainda bem cedo, ao espreitar o sol que teimava romper as nuvens bastante carregadas (através da janela do Alfa Pendular com destino a Faro e já sobre a Ponte 25 de Abril), dei por mim a observar o Cais da Rocha do Conde de Óbidos, outrora palco de tristes e dolorosas despedidas, quando dali partiam os soldados portugueses para combaterem em África.... Ao contrário desses tempos, hoje, felizmente, no mesmo cais atracam luxuosos navios lotados de turistas provenientes dos quatro cantos do mundo, que visitam a nossa capital...
Num dia de Outono, algures numa praia portuguesa, os movimentos das ondas, das gaivotas e dos parapentes, prendiam a atenção de quem se dispunha observá-los...!!!
O rebentar fortíssimo das ondas, a calma e suavidade com que as gaivotas permaneciam no areal e a cadência dos parapentes que se deslocavam sobre a praia e respectivas arribas, como que a baloiçar ao som de uma qualquer melodia..., tudo era perfeito...!!!
A vista sobre o Douro e a cidade do Porto, para quem vai e atravessa o rio, de combóio...."
Desta vez houve tempo para uma "visitinha" à Igreja do Bonfim...!!!
Templo, consagrado a Santa Clara e ao Senhor do Bonfim, foi construído entre 1874 e 1894.
É uma Igreja de duas torres sineiras de quarenta e dois metros de altura, possui várias janelas e uma porta central, sobre a qual está a seguinte legenda: "dedicada ao Senhor Jesus".
Sobre o corpo central tem um frontão triangular com o Cordeiro, encimado pela estátua da Fé.
O seu interior é simples mas belo...!!!
No altar-mor um painel, pintado por Júlio Costa, representa o Calvário.
A nave está coberta por uma abóbada ornamentada com estuques e o Órgão que ali se encontra, cuja construção remonta a 1817, foi levado do Mosteiro de Avé Maria para o Bonfim, após a destruição do referido Mosteiro....
Interessante forma de amar a Paisagem: "Eu gosto da paisagem. Mas amo-a duma maneira casta, comovida, sem poder macular a sua intimidade em descrições a vintém por palavra. Chego a uma terra e não resisto: tenho de me meter pelos campos fora, pelas serras, pelos montes, saber das culturas, beber o vinho e provar o pão.
E quando anoitece volto, como agora, cheio do enigma que fez cada região do seu feitio, tal e qual como pôs nas costas do dromedário aquela incrível marreca, e no pescoço do leão aquela fantástica juba."
Sinais do Outono já vão surgindo na paisagem e os mais atentos descobrem-nos com relativa facilidade...!!!!
No entanto essas marcas não são apenas os lindos tons castanhos - avermelhados que encantam quem verdadeiramente aprecia o Outono....!!!
A prova disso são o verde muito viçoso das laranjeiras e o amarelo alaranjado do respectivo fruto, que já vai aparecendo aqui e ali....!!!
Além disso há ainda as flores típicas desta época, que tanto embelezam os espaços que ocupam...!!!
Logo, dizer-se que o Outono é uma estação triste..., não é verdade..., pode não ter tanto colorido como a Primavera mas se prestarmos bem atenção, encontraremos certamente pequenos pormenores de rara beleza...!!!!
.jpg)
