Mais um Poeta Algarvio.....

ISIDORO CAVACO

Natural de Salir, concelho de Loulé, reside em Faro há quase 50 anos.

Sensivelmente aos 60 anos de idade iniciou-se na poesia, tendo desde então participado em diversos concursos literários, o que, nos últimos 17 anos, tornou bastante conhecida a sua obra e lhe valeu inúmeros prémios, não só em Portugal mas também no Brasil.

A sua poesia distribui-se por diferentes modalidades, nomeadamente: Soneto, Quadra Popular, Poesia Lírica, Poesia Obrigada a Mote…, etc.

Das suas obras são de realçar, entre outras:

• Entre o Barrocal e a Serra
• Sonho e Realidade
• Tradicionais
• Piadas
• Pétalas Douradas
• Reflexos da Vida

A Arca dos meus Sonhos

Foram tantos os sonhos que guardei

Em arca já velhinha e carcomida,

Que a um canto do sótão, esquecida,

Tem brinquedos que outrora tanto amei.

Hoje ninguém lhes liga nem os vê;

Tal como eu, ao chegar ao fim da vida...

Sem sonhos, sem esperança, sem guarida;

Tudo ficou nos sonhos que sonhei

São a doce lembrança do passado

Fantasias de um sonho inacabado,

Dos muitos que à minha alma estão ligados,

Fazem que eu viva agora como louco,

Sozinho...esquecendo pouco a pouco

Os sonhos que morreram lá guardados.

(Isidoro Cavaco)

ELVAS - Uma cidade fortificada.....

Elvas foi a mais importante praça-forte da fronteira portuguesa….!!!

É sem dúvida a cidade mais fortificada da Europa…

Situada a poucos quilómetros da cidade espanhola de Badajoz, possui um significativo conjunto de fortificações abaluartadas e o seu Centro Histórico é notável….

Em todas as ruas podemos encontrar palacetes, casas históricas, igrejas e conventos de todos os estilos arquitectónicos…

É uma cidade muito agradável, airosa, com muita luz, muito limpa, por onde dá gosto passear….

Na visita recente que efectuei a esta cidade raiana, tive oportunidade de apreciar alguns dos seus monumentos, nomeadamente:

O Aqueduto da Amoreira (um ex-libris da cidade), que se desenvolve em arcadas por mais de 5 Km e com uma altura que chega a ultrapassar os 30m; A Igreja do Salvador, a Praça da República; A antiga Sé (Igreja de Nossa Senhora da Assunção) e o Museu de Fotografia João Carpinteiro….

Foi muito pouco, atendendo a que tanto há para visitar…!!!!

Por isso, é preciso voltar para uma vista mais atenta e demorada….

Elvas merece….!!!

Aqui ficam algumas das imagens conseguidas…..!!!

Vila Ribatejana - Golegã.....

Na lezíria atravessada pelos rios Tejo e Almonda, numa área privilegiada pela natureza, situa-se a Golegã, uma Vila bem Ribatejana com o seu casario branco onde realçam frisos de côr amarela....!!!!

É uma terra com uma importante tradição senhorial e de criação de cavalos e quando se fala da Golegã é “obrigatório” falar da grande Feira Nacional que ali se realiza anualmente (no mês de Novembro), com origens que remontam ao Século XVI e que atrai milhares de entusiastas equestres e criadores que ali se deslocam para apreciar os melhores exemplares de cavalos de Portugal…

A Golegã, além de se situar numa área de grande beleza paisagística, possui solos férteis, o que desde sempre motivou a presença humana naquela região e a existência de grandes e bonitas quintas…..
No que ao património diz respeito, esta Vila Ribatejana orgulha-se do seu legado, pois possui um rico património histórico, social e artístico, sendo a este propósito de destacar a bonita Igreja Matriz (Séculos XV e XVI, com um magnifico portal manuelino.
É ainda de realçar a imponente casa-museu Carlos Relvas, conhecida como o "Templo da Fotografia", os seus jardins e tudo o que a circunda...

Também a Santa Casa da Misericórdia, existente há mais de 400 anos, é uma grandiosa e importante obra social, nesta região.

Numa visita a esta pacata mas simpática Vila deu para captar as imagens que se seguem e que demonstram bem toda a beleza deste "cantinho ribatejano"....

Cabo Mondego

Voltando a Quiaios e a Buarcos e ao passar a Serra da Boa Viagem, é obrigatório fazer-se uma referência ao CABO MODEGO, classificado como Monumento Natural, desde 2007, o qual, do ponto de vista geológico, é reconhecido mundialmente como um Cabo de elevado valor científico….!!!

Ao longo das falésias das suas praias observa-se o maior afloramento do Jurássico da Europa, em condições excepcionais.

Situa-se na ponta ocidental da referida Serra, tem cerca de quarenta metros de altitude e junto dele está localizado o FAROL DO CABO MONDEGO com quinze metros de altura,  que se destina ao apoio da navegação marítima.

Naturalmente que, sempre que voltamos a estas paragens, não podemos ficar indiferentes à beleza natural das suas paisagens e  não nos cansamos de admirar o mar, a serra, as falésias e tudo o mais que a nossa vista alcança…..!!!

São na verdade paisagens que nos deslumbram…..!!!!

Buarcos.....!!!!!

Uma Pintura....!!!!!!

Que, em qualquer altura do ano,

 Dá prazer admirar.....,

Pela qual dá gosto passear....,

Da qual apetece fazer parte...!!!!

O Nosso Canto.....!!!!!

Todos temos “um canto”, “um espaço”, “um lugar”, que desde sempre conhecemos, que nos viu nascer, que nos viu crescer, do qual nós aprendemos a gostar…, que afinal, sempre fez e faz parte da nossa vida, mesmo se dele nos afastámos há já muito tempo…..!!!

É verdade..., mesmo quando a distância que nos separa “desse espaço” é significativa e o tempo que dele estamos ausente também.., mesmo assim...., por variadíssimas razões..., “aquele” continua a ser um lugar especial, mágico, místico…..!!!!

Podemos deambular por lá de olhos fechados, que não tropeçamos, que não nos perdemos…., todos os pequenos pormenores desse espaço (asfalto, árvores, plantas…), tudo está bem gravado na nossa memória e sabemo-los de cor…., porque “aquele lugar”, pertence-nos, faz parte de nós…. é o “NOSSO CANTO”….!!!!

QUIAIOS.......

No Distrito de Coimbra encontramos a magnifica praia de QUIAIOS, inserida numa paisagem que combina uma vastidão de vegetação com uma enorme extensão de areal.

Quem atravessar a bonita Serra da Boa Viagem para chegar até esta belíssima praia, fica encantado com as paisagens que é possível disfrutar a partir de certas zonas, como é o caso do Miradouro da Bandeira….

Avistar do alto da serra, esta povoação banhada pelo oceano atlântico, é um deslumbramento…!!!!

E enquanto se percorre vários quilómetros de densa mata, em plena zona serrana, parece um pouco difícil imaginar que…, um pouco mais adiante..., chegaremos junto ao mar…..!!!

Mas não há dúvida…, como por magia…., Quiaios ali está a nossos pés…..!!!

As dunas da praia são percorridas por um passadiço de madeira, fazendo a ligação entre o areal e as infraestruturas ali existentes para servirem os banhistas…

É uma povoação muito interessante, cujo património consiste na:

Igreja Paroquial de Quiaios

Lagoa das Braças

Casa da Renda

Capela Senhora da Graça

Capela de Santo Amaro

Capela do Senhor dos Aflitos

e.......

A Capela da Senhora da Boa Viagem

Nascer e pôr-do-sol.....

Adoro ver o sol a nascer, ao ponto de ser capaz de me levantar às 5 da manhã para fotografar esse momento..., porque acho maravilhoso...

No entanto também aprecio bastante o pôr-do-sol, apesar de nem sempre estar "atenta" e pronta para fotografar....

Mas ontem aconteceu...!!!

O Sol apanhou-me ainda na rua quando se estava a deitar e mesmo não me encontrando, naquela altura, num ponto estratégico que me proporcionasse uma melhor imagem do que esta que aqui deixo, gostei de ter feito esta desajeitada foto..., mas foi a foto possível....!!!

Dia 5 de Maio de 2013 - Dia da Mãe......!!!!

Para todas as Mães, 

Neste ou em qualquer outro dia,

Que sejam dias felizes,

A transbordar de alegria...!!!

Estácio da Veiga......

(Estácio da Veiga)

Continuando a lembrar aqui, os escritores e poetas Algarvios, venho hoje, na sequência de uma “dica” dada pelo meu caro amigo Joaquim Cosme, lembrar o arqueólogo e escritor português Estácio da Veiga (também ele natural de Tavira onde nasceu a 6 de Maio de 1828), através deste belíssimo poema que nos conta uma lenda sobre a “Fonte Santa”…

Era de  maio uma tarde,

De taes flores perfumada

Que a Virgem Mãe do Rosário

De tanto enlevo enlevada

Junto à margem de um ribeiro

Céu e terra contemplava.

Nas águas que ali corriam,

Via-se ella retratada,

E dos mirtaes e roseiras

Que o ribeiro refrescava,

Uma capella tecera

Para a Senhora da Orada.

Tecida que era a capella,

Logo ali se ausentara,

Levando no seu regaço

O Filhinho de su’alma.

Indo em meio do caminho

Grande calôr apertava;

A água o Menino pedia,

Mas sua Mãe lh’a não dava,

Que dentre aquellas estevas

Olho d’água não brotava.

Crescia a sede, crescia,

E então a Virgem parava.

Lança olhos á ventura,

Vê uma rocha escarpada,

Onde o sol dava de face

Com tal ardor que crestava!

Palavras que a Virgem disse,

Logo pelo céu entraram,

E o rochedo que as ouvira,

Em fonte se transformara.

O caso é que em bem pouco

Água tão fresca jorrava,

Que aos pés da Santa corria,

Como quem lhe os pés beijava.

Bebendo que era o Menino,

Toda a fonte se cercava

De alecrins e mangeronas.

E rosas de toda a casta;

Desde então ficou a fonte

Chamada a fonte fadada.

Dera-lhe a Virgem tres chaves,

Uma de oiro, e as mais de prata.

Uma para ser aberta,

Outra para ser fechada,

E outra para ali guardar

Almas puras como agua.

Das almas que a Santa Virgem

Muitas vezes lá guardava,

Ficou o povo chamando

Á fonte – “fonte das almas”.

Tal como Emiliano da Costa, Estácio da Veiga teve como berço a bela cidade banhada pelo Rio Gilão, tendo vindo a falecer em Lisboa, no dia 7 de Dezembro de 1891.