Ainda no Alto Minho...

Continuando a percorrer o Alto Minho, mais concretamente na Freguesia de Agualonga, concelho de Paredes de Coura, encontramos alguns exemplares de património edificado, dos quais se destacam, a Igreja Paroquial barroca com interior rico em talha dourada e a Casa do Outeiro, uma construção seiscentista, que pertenceu aos Viscondes de Peso de Melgaço e que foi deixada em herança ao município de Paredes de Coura, na década de 80, pela Viscondessa, Francisca Rosa d'Antas Bacelar e Barbosa.

É na verdade uma imponente construção que se encontra completamente degradada, o que é uma pena...
Uma parte do recheio da casa está no Museu Regional e no Arquivo Municipal, mas do restante que por lá ficou sabe-se que, na sequência de vários assaltos, tudo, ou quase tudo, foi "levado".

É no entanto interessante saber que há intenção de recuperar este belo edifício e que ao longo dos últimos anos já foram indicados vários destinos para a sua utilização, entre outros, um polo de Ensino Superior, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, ou da Universidade do Minho, contudo até à data parece que nada ainda foi feito e o imóvel ali permanece, com o seu ar grave e austero, a aguardar...

Vila Nova de Cerveira...

Ainda em terras do norte e numa região de grande beleza natural, situa-se Vila Nova de Cerveira, mais uma bonita Vila Minhota que vale a pena visitar e fotografar...!!!

Separada de "Góian" (Povoação espanhola), pelo Rio Minho, Vila Nova de Cerveira é uma Vila histórica, predominantemente rural, mas muito famosa pela importante Bienal de Artes Plásticas, que ali se realiza desde 1978 e que atrai inúmeros visitantes e artistas nacionais e internacionais...!!!

Apresenta-se com um certo "ar" senhorial que lhe é conferido pelos típicos solares minhotos e casas apalaçadas que ali existem em grande número e que tão bem denotam a importância e o poder económico ao longo dos séculos...

Vale bem a pena conhecer a beleza da Vila, percorrendo o seu centro histórico, explorando as suas ruas e praças, visitando o seu castelo mandado construir pelo Rei D. Dinis (onde, em tempos, já funcionou a Pousada de D. Dinis,  infelizmente encerrada há quase uma década) e, obviamente, desfrutar da enorme beleza natural em que se encontra envolta...!!!

Moledo do Minho...!!!

Ainda no concelho de Caminha e percorrendo a faixa costeira, podemos encontrar praias de grande beleza com extensos areais...
"Moledo" é um desses locais que vale a pena visitar...
Nesta altura do ano é normal depararmo-nos com um dia bem cinzento e isso pode estragar o encanto da paisagem (foi o que aconteceu), mas no momento do pôr-do-sol a luminosidade muito própria deste local, estava lá... e por instantes foi possível admirar este maravilhoso conjunto de cores...!!! 

É uma praia de águas ricas em iodo, muito procurada para tratamento de problemas de saúde relacionados com a tíroide, diz-se.

Quando ali se chega não há como escapar à imagem do "Forte da Ínsua", no meio do mar...!!! 
Este Monumento Nacional, situado num ilhéu de rocha, foi habitado por franciscanos no século XIV, mas a imagem que dele hoje temos é a de um forte construído no século XVII, com planta estrelada irregular...

Impressiona bastante olhar para aquele "gigante" no meio do mar, especialmente num dia de inverno em que as cores do céu e do mar revolto se confundem...
Mas vale a pena ir...
Ir..., até mesmo de combóio...

Pois a velha estação ferroviária ali está, decadente, é certo, mas ao serviço dos que ainda escolhem este pacato e tranquilo meio de transporte...

De Vilar de Mouros para Caminha...

Um percurso não muito longo, apenas cerca de 7 quilómeros, mas repleto de bonitas edificações religiosas e outros monumentos de grande interesse e com paisagens maravilhosas que obrigam a algumas paragens...
Desde logo, na freguesia de Seixas (à qual foi concedido foral por El-Rei D.Afonso III, em 1262), para visitar e fotografar a sua belíssima Igreja Paroquial...!!!

Depois..., prosseguindo até Caminha para visitar uma Vila histórica, que durante muito tempo foi um importante ponto de defesa militar contra as investidas espanholas e francesas...
Caminha chegou a ser palco de grandes lutas e conflitos, tendo mesmo sido atacada pelas tropas do Marechal Soult, durante a segunda invasão francesa...

Localizada na foz do Rio Minho, é uma Vila de ruas que "respiram" história, com casas brasonadas que denotam a importância política e comercial destas paragens. O seu porto foi de grande importância para esta região, até meados do século XVI, mas hoje serve apenas para a ligação a Espanha, por Ferry...
Durante a visita à Vila, é obrigatório explorar o centro histórico muralhado caminhando pelas ruelas pitorescas, para observar cada canto e recanto...

No Largo do Terreiro ou na Rua Direita, impõe-se uma paragem para entrar numa pastelaria e experimentar os doces típicos da região, especialmente "as telhas"... (eu tentei provar "a telha", mas perdi-a, não sei como...!!! Será certamente um bom motivo para voltar...)

Ainda no Largo do Terreiro, prende a nossa atenção um Chafariz renascentista, Monumento Nacional, edificado em meados do século XVI.

Impõe-se igualmente uma visita as Igrejas Matriz e da Misericórdia. A primeira, cuja construção teve início em 1428, está inserida na cerca medieval e representa a fé e a tenacidade dos caminhenses. A segunda, trata-se de uma igreja renascentista erigida no século XVI.

Outro Monumento Nacional que é preciso referir, é a Torre do Relógio, que data do século XII e faz parte das muralhas medievais de Caminha...

Mas muito ficou ainda por explorar...!!!

Uma Ponte Românica e um "grande" Festival...

Muitas pontes românicas existem em Portugal, sobretudo no norte do país e a de Vilar de Mouros é mais um exemplar de património arquitectónico, histórico, de grande importância e interesse, sendo por isso um monumento de referência para alguns historiadores.

Foi construída entre os séculos XIV e XV e requalificada em 2008, por forma a garantir a continuidade da travessia rodoviária e pedonal...
E assim é até hoje...
Continua desempenhando a sua função...


Mas o que atrai muitos visitantes a esta região, não é apenas o grande interesse histórico dos seus monumentos, mas também o seu Festival de Verão que ali se realiza anualmente, há já várias décadas...!!!

Na verdade, nesta localidade, freguesia do concelho de Caminha, realizou-se, no Verão de 1965, a primeira edição daquele que viria a tornar-se num dos  maiores eventos musicais realizados em Portugal: "O Festival de Vilar de Mouros". Nesse ano, o evento foi muito idêntico a tantos outros festivais de folclore minhotos, mas na sua quarta edição, em 1968, viria a ganhar alguma projecção nacional, com o alargamento do âmbito à música erudita e ao fado...
E assim continuou, ano após ano, a crescer, a ganhar fama, a alcançar estrondosos sucessos e a proporcionar a Vilar de Mouros um dinamismo ímpar...!!!

Pelos caminhos de Romarigães...

Numa visita ao concelho de Paredes de Coura foi importante uma deslocação à freguesia de Romarigães, para conhecer a casa que foi morada de Bernardino Machado e também de Aquilino Ribeiro (que se casou com uma filha daquele Presidente), onde viveu durante algum tempo e escreveu o seu famoso romance "A casa Grande de Romarigães", em 1957.

Não obstante ter nascido nas Beiras (as Terras do Demo, como ele lhes chamava), este grande nome da literatura portuguesa está intimamente ligado à vida cultural da Vila Minhota de Paredes de Coura, por ter sido ali que se inspirou e escreveu um dos maiores romances de sempre...!!!
A curiosidade e desejo de entrar naquele espaço era enorme, mas a única hipótese foi a de observar, por fora,  aquela edificação nobre, oitocentista, inserida numa bela paisagem e espreitar através dos dois portões fechados a cadeado, para o que existe naquele imenso recinto:
A capela do Amparo com fachada toda decorada em pedra da região e rematada por um campanário; outras construções de menor dimensão para fins agrícolas e um amplo espaço, outrora certamente um jardim bem cuidado...!!!

Apesar da casa se encontrar fechada, facilmente se percebe que ali há vida...
Algumas janelas com cortinas (numa parte da casa) e ovelhas que por ali apascentam, são sinais disso mesmo...!!!
Quem ali vive? Não se sabe...