( Emiliano Costa)
Já aqui tenho falado de
alguns poetas Algarvios, todos sobejamente conhecidos e que nos deixaram
grandes mensagens poéticas, nomeadamente, João Lúcio, Cândido Guerreiro, João
de Deus, entre outros…!!!
Chegou então a vez de
falar um pouco sobre a vida e obra de EMILIANO COSTA (Médico e Poeta Algarvio,
natural de Tavira).
(Tavira - Cidade natal de Emiliano Costa)
Nasceu na bela cidade
do Rio Gilão, no dia 3 de Dezembro de 1884 e era um apaixonado pelo seu
Algarve, pelas suas gentes…, pela forma como viviam…, pelos seus costumes….!!!
Licenciou-se em
Medicina, em Coimbra, mas regressou à região algarvia para exercer a profissão
de médico, no Concelho de Faro, mais concretamente na Aldeia de Estoi, onde
viria a falecer aos 84 anos de idade, no dia 1 de Janeiro de 1968.
(Igreja da Aldeia de Estoi - Concelho de Faro)
Mas a sua vida não era
só a Medicina, dedicava-a também a outras actividades, tais como a pintura e a
escrita, para as quais revelava possuir uma notável aptidão….!!!
A sua obra poética é
constituída por 13 livros e por inúmeros poemas dispersos pelos jornais das
décadas de 30 a 50 e em toda a sua produção poética deixa transparecer uma
predilecção pela natureza algarvia….!!!
Aqui fica este bonito
poema, que é bem o exemplo dessa “paixão”, pelo seu Algarve…., e que estou
certa será do inteiro agrado, não só dos que apreciam boa poesia, mas também
daqueles que, tal como Emiliano da Costa, amam a Natureza…!!!
"ALDEIA BRANCA"
Circunscrito à moldura da janela,
Vai o quadro do dia já a meio,
Potes de azul derramam-se na tela
E o sol a rir-se, a rir, bate-lhe em
cheio.
Que inundação! Por cima de quintais,
Sobre telhados, torres, parreiras,
É o céu, é o céu azul demais!
Aflita, a aldeia acorre: e o ar atira
O gesso, a cal, chapões de claridade,
A ver se a cor deslava, o azul se atira.
Que superabundância – a claridade!
E eu visto a bata de escaiolador.
E eu sou espátula, pincel, pintor.
E eu já não sei o que faça a tanta cor.
(Emiliano Guerreiro)