sábado, 6 de abril de 2013

Igreja de Santiago - Torres Vedras......



Ando há já algum tempo para falar sobre a Igreja de Santiago, em Torres Vedras, não só porque se trata de um belíssimo templo católico, mas também e sobretudo porque, quando lá entro, me faz imensa pena e ao mesmo tempo uma enorme confusão, porque é que um “monumento” como este, como a seguir descreverei, não lhe é dado o uso que lhe compete….!?!?!?!?

Com perplexidade observo que esta Igreja está apenas a ser usada para “reuniões” dos jovens da comunidade (catequese e outras, o que de certa forma seria legítimo, desde que todo o interior da Igreja não tivesse sido modificado com pequenos gabinetes construídos em contraplacado e destinados às diferentes “aulas” de catequese), mas, muito mais grave do que isso…., é o facto de estar, sobretudo, a servir de arrecadação/casa de arrumos/armazém para tudo e mais alguma coisa…????
Não consigo entender….!!!!
É certo que é necessário existir um espaço com condições para as “reuniões” em apreço…., mas será que aquela Igreja não merecia ser preservada/restaurada e ser-lhe dada a dignidade que merece…..????
Ora não estamos a falar de um qualquer edifício…..!!!
Trata-se de uma Igreja, cuja construção primitiva se julga terá sido no reinado de D. Afonso Henriques, uma vez que é referida num documento datado de 1286, existente na Torre do Tombo, tendo a sua reconstrução ocorrido entre o final do Século XVI e o início do Século XVII….


É uma Igreja de uma só nave, com uma torre sineira e a porta principal é gótica com figuras de relevo.


No interior destacam-se sete altares, um púlpito em mármore do Século XVII, o coro alto, uma Pia baptismal quinhentista e uma capela mor com um retábulo de colunas salomónicas e azulejos setecentistas…..!!!!



São vários Séculos de história que ali, na “santa paz”, se misturam com amontoados de velharias, desde mobiliário a electrodomésticos, 




restando, apenas como espaço livre, os referidos gabinetes em contraplacado e uma pequena área destinada a “sala de espera” para quem aguarda pelas crianças que ali frequentam a catequese…..!!!! 


Não sei há quanto tempo esta situação se verifica, não sei se há projectos para alterar este estado de coisas, mas gostaria muito  de acreditar, que pelo menos haja intenção e boa vontade para pôr esta Igreja, ao mesmo nível das restantes desta cidade.....!!!!!!!

9 Comentários:

Às 7 de abril de 2013 às 19:47 , Blogger leandro guedes disse...

Olá Albertina
Fiquei perplexo com o que aqui li e vi.
E fui ver à página do INSTITUTO DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO ARQUITTECTÓNICO E ARQUEOLÓGICO. E o que li? Isto:

“Anúncio n.º 13818/2012 (reparem na data, 2012)
Projeto de decisão relativo à classificação da Igreja de Santiago, na freguesia de São Pedro e Santiago, cidade e concelho de Torres Vedras, distrito de Lisboa, como monumento de interesse público (MIP):
1 — Nos termos dos artigos 23.º e 44.º e para os efeitos dos artigos 25.º e 45.º do Decreto -Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, faço público que, com fundamento em parecer da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura (SPAA — CNC), de
17/12/2012, é intenção da Direção -Geral do Património Cultural propor a S. Ex.ª o Secretário de Estado da Cultura a classificação, como Monumento de Interesse Público (MIP) da Igreja de Santiago, na freguesia de S. Pedro e Santiago, concelho de Torres Vedras, distrito de Lisboa,
conforme planta de delimitação anexa, a qual faz parte integrante do presente anúncio.
2 — Nos termos dos artigos 27.º do Decreto -Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, os elementos relevantes do processo estão disponíveis nas páginas eletrónicas dos seguintes organismos:
a) Direção -Geral do Património Cultural, www.patrimoniocultural. gov.pt;
b) Câmara Municipal de Torres Vedras, www.cm -tvedras.pt.
3 — O processo administrativo original está disponível para consulta (mediante marcação prévia) na Direção Geral do Património Cultural, no Palácio Nacional da Ajuda, Ala norte, 1349 -021 Lisboa.
4 — Nos termos do artigo 26.º do Decreto -Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, a consulta pública terá a duração de 30 dias úteis.
5 — Nos termos do artigo 28.º do mesmo decreto -lei, as observações dos interessados deverão ser apresentadas junto da Direção Geral do Património Cultural, que se pronunciará num prazo de 15 dias úteis. 6 — Caso não sejam apresentadas quaisquer observações, a classificação e a ZP serão publicadas no Diário da República, nos termos do artigo 32.º do diploma legal acima referido, data a partir da qual se tornarão efetivas.
7 — Aquando da publicação referida no número anterior, os imóveis incluídos na ZP ficarão abrangidos pelo disposto nos artigos 36.º, 37.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e no artigo 37.º do Decreto –Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro. 17 de dezembro”

Ou seja, bla bla bla, bla bla bla e nada se faz, deixa-se ao abandono uma obra que conta nas suas pedras, a história de Portugal. E não é só o Estado a arcar com as responsabilidades – a Igreja Católica também as tem é muitas…
É de bradar aos céus, uma coisa destas.
Obrigado por mais este alerta. (Peço desculpa pelo comentário extenso)
LG.

 
Às 7 de abril de 2013 às 23:53 , Blogger Albertina Granja disse...

Obrigada Leandro pelo seu comentário e por toda esta informação que nele é dada....!!!!
Eu nem me lembraria de ir fazer tal pesquisa, mas ainda bem que o fez, pois foi a forma de ficarmos todos a saber das intenções existentes sobre este "triste" assunto....
Agora vamos ver se passam das intenções à prática....!!!
Oxalá que sim....!!!
Albertina

 
Às 8 de abril de 2013 às 19:02 , Blogger Andradarte disse...

Chocou-me, ver arcas frigoríficas lá dentro....Acho que tem toda
a razão....Não haverá como fazer chegar este Post a quem de
direito...??
Mereciam....
Gostei do comentário do Leandro....

 
Às 8 de abril de 2013 às 19:36 , Blogger Albertina Granja disse...

Olá Andrade...!!!!
Pois é....., é de facto um cenário chocante....!!!
O comentário do Leandro é sem dúvida muito profundo, pormenorizado e dá-nos uma série de informações, que talvez a grande maioria das pessoas desconheça.... Também gostei.....

 
Às 9 de abril de 2013 às 12:45 , Anonymous Joaquim Cosme disse...

Desconhecia que a Igreja de Santiago estava no estado em que está. Fico esperançado que todas essa reuniões que são lá efectuada passem para o edifício que está em construção frente ao Lar de São José.
Joaquim Cosme

 
Às 9 de abril de 2013 às 19:42 , Blogger Albertina Granja disse...

Pois é....., o estado da Igreja de Santiago é aquele que se vê nas fotos....
Esperemos que quando o edifício frente ao Lar de S. José esteja concluído, que todas as actividades (catequese, escuteiros e outras) se mudem para lá e nessa altura, quem sabe...., se as atenções de quem de direito se vão virar para a Igreja de Santiago.....
Ficamos a aguardar....
Albertina

 
Às 12 de abril de 2013 às 15:08 , Blogger Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Tão bela igreja, mas tão mal tratada! A gente sabe que, o interesse em preservar o patrimônio de uma cidade, depende da vontade política dos seus administradores. No caso de igrejas, os paroquianos precisam pressionar, fazer campanhas para que se tomem providências. Desejo que a Igreja de Santiago, venha a ter a devida restauração. Tão linda! E que bela, sua reportagem!
Um abraço, Albertina.
P.S. (vou apreciar as postagens que ainda não vi)...\

 
Às 12 de abril de 2013 às 19:23 , Blogger Albertina Granja disse...

Pois todos nós esperamos que sejam feitas as diligências necessárias para que esta bonita Igreja da cidade de Torres Vedras seja devidamente restaurada....
Eu quero acreditar que sim......
Um abraço, Lúcia

 
Às 7 de junho de 2013 às 00:24 , Blogger Associação para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras disse...

Olá, boa noite

Há novidades quanto a este edifício: foi classificado como MONUMENTO DE INTERESSE PÚBLICO pela Portaria nº 290/2013, Dº República 2ª Série, de 14 de Maio de 2013.
No blogue da Associação do Património de Torres Vedras encontrará mais dados:http://patrimoniodetorresvedras.blogspot.com

Tanto quanto sei, a Paróquia utiliza este espaço para reuniões, de facto. Mas aguarda a conclusão do Centro Paroquial, como refere o Joaquim Cosme, para dar outro uso ao templo. Alguns sugerem a criação de um Museu de Arte Sacra...
A verdade é que a classificação, requerida por volta de 1997, e só agora decidida, aumenta as responsabilidades da comunidade torriense, crentes e não crentes.
Saudações

Joaquim Moedas Duarte, da Direcção da Associação do Património de Torres Vedras

 

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