POEMA DE FLORBELA ESPANCA......
Fumo
Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas;
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces plenas de carinhos!
Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu amor pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos...
(Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade")
Longe de ti não há luar nem rosas;
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces plenas de carinhos!
Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu amor pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos...
(Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade")
2 Comentários:
É ironia, a saudade provocar tanta beleza!
Florbela Espanca, é tristeza bela, que encanta!
Um beijo, Albertina,
da Lúcia
É bem verdade Lúcia....., como é possível que algo que provoca tanta dor, possa ao mesmo tempo revelar um tal encanto que tanto nos encanta.....!!!!
É estranho, mas, SAUDADE é isso mesmo....
Beijinhos
Albertina
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