AS PEDRAS
AS PEDRAS
As pedras falam? pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.
Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?
As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.
Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como aves
e nem mais tarde regressam.
Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.
Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.
As pedras falam? pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
uma coisa para dizer.
Maria Alberta Menéres
2 Comentários:
Conheço bem a Poetisa, mais o marido também poeta,
Mello e Castro ....da Covilhã.
Ele...meu companheiro de carteira na primaria...
As voltas que o mundo dá.
Beijo
Andrade, também gosto muito dos poemas do Mello e Castro.
Um destes dias publicarei também um poema dele.
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