terça-feira, 9 de agosto de 2011

AS PEDRAS


AS PEDRAS



As pedras falam? pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.

Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?


As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua                                              
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.

Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como aves

e nem mais tarde regressam.

Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.


Foi de duas pedras duras                        
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.

As pedras falam? pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm

uma coisa para dizer.

Maria Alberta Menéres

2 Comentários:

Às 9 de agosto de 2011 às 21:23 , Blogger Andradarte disse...

Conheço bem a Poetisa, mais o marido também poeta,
Mello e Castro ....da Covilhã.
Ele...meu companheiro de carteira na primaria...
As voltas que o mundo dá.
Beijo

 
Às 9 de agosto de 2011 às 22:53 , Blogger Albertina Granja disse...

Andrade, também gosto muito dos poemas do Mello e Castro.
Um destes dias publicarei também um poema dele.

 

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