MÁRIO DE SÁ CARNEIRO
Filho e neto de militares, nasceu no seio de uma família abastada, mas, tendo ficado orfão aos dois anos, foi entregue aos cuidados dos avós, tendo ido viver para a Quinta da Vitória em Camarate, onde passou uma grande parte da sua infância.
Com 12 anos de idade iniciou-se na poesia e no liceu teve algumas experiências como actor e começou a escrever…
Em 1911, com 19 anos, foi para Coimbra estudar direito, mas não chegou a concluir sequer o 1º ano.
Foi então que partiu para Paris com o intuito de prosseguir os estudos superiores na Sorbonne, mas dedicou-se mais à vida boémia, deixou de frequentar as aulas e, para combater as suas frustrações e desesperos, ligou-se emocionalmente a uma prostituta.
Foi neste ambiente que compôs grande parte da sua obra poética.
Foi grande amigo de Fernando Pessoa e Almada Negreiros e foi com estes que integrou o primeiro grupo modernista português que pretendia escandalizar a sociedade burguesa e urbana da época, tendo sido responsável pela edição da revista literária “ORPHEU”, em 1915.
Como a vida que levava não lhe agradava e aquela que idealizava tardava em concretizar-se, entrou numa crescente angústia que o conduziu ao suicídio….., contava apenas 25 anos…….
Um dos seus mais belos poemas “FIM”, revela bem como foi extravagante tanto na morte como em vida…..!!!!!
FIM
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)
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