terça-feira, 30 de abril de 2013

Mais um Poeta Algarvio.....


                                                                 ( Emiliano Costa)

Já aqui tenho falado de alguns poetas Algarvios, todos sobejamente conhecidos e que nos deixaram grandes mensagens poéticas, nomeadamente, João Lúcio, Cândido Guerreiro, João de Deus, entre outros…!!!

Chegou então a vez de falar um pouco sobre a vida e obra de EMILIANO COSTA (Médico e Poeta Algarvio, natural de Tavira).


(Tavira - Cidade natal de Emiliano Costa)

Nasceu na bela cidade do Rio Gilão, no dia 3 de Dezembro de 1884 e era um apaixonado pelo seu Algarve, pelas suas gentes…, pela forma como viviam…, pelos seus costumes….!!!

Licenciou-se em Medicina, em Coimbra, mas regressou à região algarvia para exercer a profissão de médico, no Concelho de Faro, mais concretamente na Aldeia de Estoi, onde viria a falecer aos 84 anos de idade, no dia 1 de Janeiro de 1968.

 (Igreja da Aldeia de Estoi - Concelho de Faro)

Mas a sua vida não era só a Medicina, dedicava-a também a outras actividades, tais como a pintura e a escrita, para as quais revelava possuir uma notável aptidão….!!!

A sua obra poética é constituída por 13 livros e por inúmeros poemas dispersos pelos jornais das décadas de 30 a 50 e em toda a sua produção poética deixa transparecer uma predilecção pela natureza algarvia….!!!

Aqui fica este bonito poema, que é bem o exemplo dessa “paixão”, pelo seu Algarve…., e que estou certa será do inteiro agrado, não só dos que apreciam boa poesia, mas também daqueles que, tal como Emiliano da Costa, amam a Natureza…!!!


"ALDEIA BRANCA"

Circunscrito à moldura da janela,
Vai o quadro do dia já a meio,
Potes de azul derramam-se na tela
E o sol a rir-se, a rir, bate-lhe em cheio.

Que inundação! Por cima de quintais,
Sobre telhados, torres, parreiras,
É o céu, é o céu azul demais!

Aflita, a aldeia acorre: e o ar atira
O gesso, a cal, chapões de claridade,
A ver se a cor deslava, o azul se atira.
Que superabundância – a claridade!

E eu visto a bata de escaiolador.
E eu sou espátula, pincel, pintor.
E eu já não sei o que faça a tanta cor.

(Emiliano Guerreiro)


4 Comentários:

Às 30 de abril de 2013 às 10:14 , Blogger Andradarte disse...

Tomando conhecimento de mais uma descoberta, acompanhada de duas belas fotos, que realçam essa
bela cidade...

 
Às 30 de abril de 2013 às 18:56 , Blogger Albertina Granja disse...

Olá Andrade...
Vale a pena ler a obra de Emiliano Costa......
Foi uma figura notável como médico e poeta ...
Tenha um bom feriado...

 
Às 4 de maio de 2013 às 14:40 , Anonymous Joaquim Cosme disse...

Conheço um poema do poeta algarvio Estácio da Veiga (Tavira 1828) com o título "Fonte Santa" de que gosto muito.
Joaquim Cosme

 
Às 4 de maio de 2013 às 15:07 , Blogger Albertina Granja disse...

Olá Sr. Cosme, boa tarde....
Ainda bem que me fala de Estácio da Veiga, pois ainda não me tinha lembrado de falar dele e da sua obra.
Não conheço este poema, mas irei pesquisar este e outros poemas desse poeta algarvio, natural de Tavira...
Muito obrigada pelo alerta....
Tenha um bom fim de semana...

 

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