terça-feira, 21 de dezembro de 2010

LITERATURA PORTUGUESA

EUGÉNIO DE ANDRADE


Eugénio de Andrade, nasceu a 19 de Janeiro de 1923, na Beira Baixa, em Póvoa de Atalaia, no Concelho de Fundão.
Quando tinha sete anos, em 1932, mudou-se com a mãe para Lisboa, onde fez os seus estudos,
Eugénio de Andrade é um dos mais representativos nomes da Literatura Portuguesa.
O seu primeiro livro data de 1942 com o título de “ADOLESCENTES” e foi dedicado a Fernando Pessoa. Deste livro ressalva alguns textos que incluíu depois num outro com o título “PRIMEIROS POEMAS”.
Em 1947 ingressa nos quadros dos Serviços Médico-Sociais, do Ministério da Saúde, onde se manteve durante 35 anos, a exercer a função de inspector administrativo (sempre a mesma função), por nunca se dispor a fazer concurso de promoção.
Por motivos de serviço foi transferido para o Porto em Dezembro de 1950, e, quando poderia ter regressado a Lisboa não o fez por falta de motivação, uma vez que entretanto a sua mãe já tinha falecido.
Eugénio de Andrade sempre foi extremamente reservado e sempre viveu distanciado da vida mundana.
Nenhum dos muitos prémios e outras distinções que lhe foram atribuídas, resultaram de concursos ou iniciativas suas nesse sentido.
A sua poesia está traduzida em cerca de vinte línguas.
Hoje roubei todas as rosas dos jardins
e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.
                                                 (Eugénio de Andrade)




ESPERA

Horas, horas sem fim,
pesadas, fundas,
esperarei por ti
Até que todas as coisas sejam mudas

Até que uma pedra irrompa
e floresça
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça

(Eugénio de Andrade)









URGENTEMENTE

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.


É urgentar inventar alegria
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.

(Eugénio de Andrade)

                                                                                              

2 Comentários:

Às 21 de dezembro de 2010 às 23:16 , Blogger alcinda leal disse...

Pois é Albertina é urgente o Amor,é urgente inventar a alegria, é urgente descobrir rosas rios e manhãs claras... e conhecer o nosso grande poeta Eugénio de Andrade!
Gostei!
Agradeço e retribuo as boas festas!
Que o novo ano lhe traga muitas coisas boas!
Beijinhos
Alcinda

 
Às 22 de dezembro de 2010 às 18:46 , Blogger leandro guedes disse...

Foi com bastante agrado que li este belo artigo e seus poemas, a respeito do poeta Eugénio de Andrade.
De seu nome José Fontinhas, morou na Jardim do Passeio Alegre, na Foz, perto da Capelinha da Via Sacra, onde tinha a sua casa/Fundação, mesmo em frente à foz do Douro no Porto.
Era normal vê-lo por ali a passear ou a admirar os pescadores que por ali andavam.
Tem belos poemas escritos aos seus amores, e também à sua Mãe.
É o segundo poeta português, a seguir a Pessoa, mais divulgado no mundo.
Para quem tiver interesse, existem város sites dedicados à sua pessoa e obra.
Parabens Albertina por mais este belo artigo.

 

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