Enquanto espero, queria ocupar o tempo com alguma coisa..., mas nem sei como nem com o quê...
Olho para todos os lados e não vejo nada que me possa ocupar a mente..., tudo parece estar vazio..., nada tem conteúdo...
Assim a espera torna-se ainda mais dolorosa...!!!
Aliás as esperas são sempre terríveis, sobretudo quando está em causa a saúde/vida de um ente querido...
Passam pouco das 15h e ainda me faltam quase 3 horas até que chegue alguma informação clínica.
Poderia "matar o tempo", lendo algo ou "rabiscando" algumas ideias...
Mas nem vale a pena tentar...!
Como disse Miguel Torga: "A vida não é para se escrever ..... - é para se viver..."
E é bem verdade..., seja ela boa ou má, e por muito que nos custe (sobretudo quando atravessamos maus momentos), o que há a fazer é apenas vivê-la, tal e qual se nos apresenta, e nada mais, com a esperança de que, talvez pelo pôr-do-sol, cheguem melhores notícias...!!!
Comentário enviado por João Godim, via e-mail:
ResponderEliminar"Boa tarde, Albertina.
Tive um tio que foi jornalista, irmão da minha mãe, isto nos anos
40-60 do século passado (XX), De algum modo foi ele quem me fez entrar
para o jornalismo. E recordo uma frase que ele dizia e que eu
memorizei como campainha: "Sempre que estiveres indeciso faz um ponto
de exclamação seguido de uma reflexão!" Claro, Dizer é fácil, viver os
momentos não tanto. Já enfrentei situações que me abalaram
profundamente… momentos em que tudo me veio à memória, parecia que o
todo afluiu fresco e sem dúvidas. Lembro-me de não ter vontade para
fazer nada... até que comecei a escrever, escrever, folhas e mais
folhas, factos e histórias vividas em todas as minhas idades. Hoje,
guardo-as como um monumento familiar!
É talvez por aqui que possa estar a identificar o ser e estar da
Albertina neste momento. Somos pequeninos demais para mudar o caudal
do rio da vida, Mas, há sempre um mas, é assim que temos de encarar o
nosso dia-a-dia. Quem pode mudar… quem somos nós?
Escreva tudo o que lhe ocorre, não tenha a preocupação dos vocábulos
correctos, da sintaxe e da semântica, isso fica para depois (para um
dia ou dias), importar agora é, sob a emoção envolvente, reportar
tudo. Foi o que fiz! Depois fui lapidando, uma obra inacabada.
Escreva tudo quanto lhe vem à memória… o melhor testemunho, para não
dizer o melhor tesouro, que guardará para sempre.
Queira-me com amizade. João Godim
Muito obrigada João pelo seu texto e devo dizer que não discordo do seu ponto de vista, na medida em que também considero que a escrita pode ser, de certa forma e nalguns momentos menos bons, uma boa maneira de desabafar e certamente contribuirá para nos sentirmos mais aliviados...
EliminarMas quando Miguel Torga diz que: "...a vida não é para se escrever... - é para se viver..." também tem razão, porque aprender a viver e a conviver com o que de mau ou menos bom nos acontece, implica uma enorme força e uma capacidade infinita de enfrentar e arranjar soluções para muitas situações, por mais difíceis que elas possa parecer.
AG